Considerações Iniciais:
Este
blog já se dedicou a falar das sementes do protestantismo e do pentecostalismo
evangélico na Renovação Carismática Católica em várias ocasiões, mas cabe citar
aqui este artigo:
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Como
identificar um Carismático “Pentecostal”: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/12/como-identificar-um-carismatico.html
De igual maneira, este blog já se dedicou a responder questões pontuais no embate de ideias entre Católicos e evangélicos. Cito alguns dos artigos:
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Por
que não sou Protestante? http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/12/por-que-nao-sou-protestante.html
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Resposta
ao Pastor Silas Malafaia: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/07/resposta-ao-pastor-silas-malafaia.html
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Carta
aberta ao Papa: Uma resposta de um simples católico ao Pr. Pagliarin: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/07/carta-aberta-ao-papa-uma-resposta-de-um.html
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Contradições
Cristãs: Papa ou Anticristo? http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/07/contradicoes-cristas-papa-ou-anticristo.html
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Brasil:
Um País Cristão? http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/07/brasil-um-pais-cristao.html
Para
explicar algumas questões da nossa fé Católica, em face do protestantismo, do ateísmo,
da experiência pentecostal católica ou, ainda, do tradicionalismo, este blog já
ofereceu os seguintes artigos:
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A
Virgem Maria na Bíblia: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2015/04/a-virgem-maria-na-biblia.html
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Resposta
ao Programa “Na Moral”: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/09/resposta-ao-programa-na-moral.html
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A
União Civil Homossexual: O Debate http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2015/04/a-uniao-civil-homossexual-o-debate.html
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Quinta-Feira
Santa: Fazei Isto em Memória de Mim: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/07/quinta-feira-santa-fazei-isto-em.html
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Uma
Introdução Bíblica sobre a Virgem Maria: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2014/10/uma-introducao-biblica-sobre-virgem.html
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Iniciação
Cristã e Batismo no Espírito Santo: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2015/03/extraido-do-livro-avivar-chama-dos.html
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Fundamentações
Básicas sobre a Renovação Carismática Católica: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2015/03/fundamentacoes-basicas-sobre-renovacao.html
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Esclarecimentos
à CNBB sobre alguns aspectos da CNBB: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2015/03/esclarecimentos-cnbb-sobre-alguns.html
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A Renovação
Carismática Católica e a Liturgia da Santa Missa – Parte I: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2015/03/a-renovacao-carismatica-catolica-e_31.html
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A Renovação
Carismática Católica e a Liturgia da Santa Missa – Parte II: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2015/03/a-renovacao-carismatica-catolica-e.html
Desta
vez, o blog “Sobre a Rocha de Pedro” vai se dirigir a questão das sementes de
tradicionalismo e de progressismo que penetraram a Renovação Carismática
Católica e as consequências disso. Não é, contudo, a primeira vez que este
assunto é abordado de alguma forma. Veja, por exemplo, estes artigos:
·
Quem
você prefere: Bento ou Francisco? http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/07/quem-voce-prefere-bento-ou-francisco.html
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Padre
Paulo Ricardo de Azevedo Junior: Fariseu Intolerante? http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/08/padre-paulo-ricardo-de-azevedo-junior.html
·
Aprenda
com Católicos Extremistas a fazer da Verdade algo desprezível http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/10/aprenda-com-os-catolicos-extremistas.html
Este
artigo faz eco a um “post” de 2009, de minha autoria, cujo título era: “Não há
salvação fora da Igreja Católica”. O “post” está na página do Grupo de Oração
São Luiz Gonzaga, da Diocese de Caxias do Sul/RS.
Buscarei
fazer uma apreciação das origens, da infiltração e das consequências do
tradicionalismo e do progressismo no seio da Renovação Carismática Católica. Antes, cabe um
esclarecimento sobre os termos que este artigo vai empregar.
Definições: Progressistas,
Tradicionalistas, Conservadores e Formas “Híbridas”
Em
poucas palavras:
Entende-se
por “progressista” a aquele que interpreta o Concílio Vaticano II sob a “hermenêutica
da ruptura”, ou seja: Tudo o que antecedeu o Concílio Vaticano II deve ser
abandonado em prol de uma Igreja modernizada, contemporânea, moldada a esta
nova sociedade.
O
termo “tradicionalista”, por sua vez, também espelha a mesma “hermenêutica da ruptura”
- no que tange ao Concílio Vaticano II –, mas de modo antagônico: Tudo o que
sucedeu o Concílio Vaticano II é uma traição ao “verdadeiro catolicismo”, de
modo que, para o tradicionalista, a Igreja Católica verdadeira sofreu uma
ruptura em 1962 e eles, os tradicionalistas, “conservam a fé” enquanto os
demais católicos – hereges – “conservam os templos” (parafraseando a Santo
Atanásio).
Por
fim, o termo “conservador”, neste contexto, é empregado para espelhar o posicionamento
da “hermenêutica da continuidade” – no que tange ao Concílio Vaticano II –
capaz de guardar a tradição e se abrir para as novas necessidades, que exigem
novos métodos. O conservador, portanto, é o católico que procura caminhar lado
a lado com a Igreja – nem a frente, nem atrás dela – olhando para o cajado de
Pedro e para os bispos em comunhão com ele.
Após
definir, de modo superficial, estes três termos, é necessário perceber que são
raros os que se encaixam de forma “pura” nesses três “correntes de pensamento”.
O que nós mais encontramos “por aí” são as “formas híbridas”, e é aí que “mora
o perigo”.
·
Teólogos
da Libertação (naturalmente progressistas), usando clergyman, camisa clerical
e, até, batina (sinais que naturalmente identificavam a conservadores e
tradicionalistas) e falando de espiritualidade ao estilo carismático
(contrariando a inicial repulsa que a teologia da libertação alimentava em
relação a Renovação Carismática).
·
Carismáticos
Católicos (naturalmente conservadores) alimentando o “antiecumenismo”
(posicionamento naturalmente tradicionalista) e tripudiando o Missal de Paulo
VI como se o mesmo fosse de “segunda categoria” em face do Missal de Pio V
(posicionamento naturalmente tradicionalista).
·
Carismáticos
Católicos (naturalmente conservadores) pondo em cheque a doutrina moral da
Igreja em assuntos como aborto, segunda união e homossexualidade (posicionamento naturalmente progressista) e
adotando posicionamentos políticos que não são respaldados na Doutrina Social
da Igreja (ora assemelhando-se ao tradicionalismo – que endeusa o liberalismo econômico – ora assemelhando-se
ao progressismo – que pende para o socialismo de raiz marxista).
Verdade
seja dita: Aplicar essas terminações sociológicas (progressista, conservador e
tradicionalista) dentro do Corpo de Cristo é, no mínimo, triste demais! Mas
precisamos ser honestos; embora a classificação seja indevida, ela expressa uma
realidade objetiva.
O híbrido: “Carismático-Progressista”
A
década de 70 e 80 foi caracterizada por uma cisão muito clara e visível entre a
Renovação Carismática Católica e a Teologia da Libertação no Brasil (encarnada
nas Comunidades Eclesiais de Base – CEBs). Na década de 90, segundo o sociólogo
Ronaldo José de Souza, a aposta dos Bispos do Brasil nas CEBs como “O”
modelo pastoral demonstrou-se, no mínimo, enfraquecida, ao passo que o Movimento
Carismático esboçava o seu apogeu de crescimento (na verdade, um “inchaço”,
posto que se tratou de um fenômeno de massa).
Com
o passar dos anos, o clero dos anos 70 e 80 foi dando lugar ao novo clero, que
nasceu no auge do “fenômeno carismático”. A grande verdade é que as vocações ao
sacerdócio e à vida consagrada nascem, em sua esmagadora maioria, em ambientes
conservadores e tradicionalistas. Normalmente, o jovem que ingressa num
seminário ou a jovem que ingressa num convento deseja ser um sacerdote ou uma
religiosa aos moldes “conservadores”; é durante o período de formação que ele
entra em contato com ideologias de toda sorte e gênero e acaba se tornando um “progressista”.
O
que ocorreu – sendo direto e correndo o risco consciente de ser “simplista”:
Muitas vocações, nascidas em ambientes carismáticos – nem sempre os melhores –
fizeram surgir um clero “carismático-progressista” bastante numeroso.
Os
graus de envolvimento com a experiência carismática variam muito! Existem
aqueles que se autodeclaram “carismáticos”, que viveram algo da experiência
carismática e que, até, manifestam carismas, mas, lastimosamente, foram “vítimas”
de uma má formação e, por isso, são relativistas
no campo moral, infiéis quanto à
Liturgia e conservam o mesmo discurso marxista
nas relações de poder – usando este termo segundo as categorias foucaultianas.
Um
parêntese: Concordo com o Dr. Fintan Lewless (sacerdote Legionário de Cristo,
professor no Seminário Maria Mater Ecclesiae) quando ele diz que a Teologia da Libertação é algo totalmente
compreensível diante de uma sociedade tão corrupta e desigual como a brasileira.
É uma pena que o marxismo tenha sido
a base teórica dessa legítima preocupação social que redundou na Teologia da
Libertação.
Voltando
ao assunto: Os graus de envolvimento desse novo clero com a experiência
carismática são variáveis. Há aqueles que, da Renovação, só herdaram os seus aspectos
mais superficiais, reproduzidos muito mais pela massa do que pelos autênticos
líderes do Movimento. São os padres que, embora não sendo “carismáticos”, usam
as canções, o estilo de pregar e assim por diante. Falam de “experiência
religiosa”, “alimentam os devocionais”, mas teologicamente seguem as premissas
progressistas.
Realmente,
as variações são muitas. E como a nossa Igreja protagoniza o leigo muito mais
no seu discurso do que na sua prática, esse novo clero influenciou a Renovação,
e não demorou muito para que líderes leigos “carismático-progressistas”
começassem a aparecer e, aos poucos, começassem a se gerar um relativismo moral
que, fatalmente, permeia alguns círculos carismáticos. Nossos jovens atuais
riem de si mesmos quando lembram “as práticas que tinham no começa da caminhada”
– embora, quando colocam a mão na consciência... Percebem que, naquela época,
eram mais “apaixonados”, mais felizes... Só não podem reconhecer isso.
Hoje
nós temos “carismáticos-progressistas” que relativizam a moral da Igreja em
nome de um falso senso de “misericórdia”. Sobre este tema da falsa
misericórdia, o artigo “Deus aborrece o pecado mas ama os arrependidos” pode
ser iluminador.
Veja por meio
deste link: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2013/07/deus-aborrece-ao-pecado-mas-ama-os.html
Teríamos
muito mais a refletir sobre essa forma híbrida, que gerou carismáticos que “cheiram”
como o mundo, se vestem como o mundo, ouvem o que o mundo ouve, bebem como o
mundo bebe, falam o que mundo fala, assistem o que mundo assiste, mas... “graças
a Deus” ... “São de Jesus”. Mas vamos parar por aqui porque há um outro híbrido
a ser analisado.
O híbrido: “Carismático –
Tradicionalista”
O
tradicionalismo não entrou na Renovação Carismática Católica de forma “direta”,
ou seja, não é que nós tenhamos gente da Fraternidade de São Pio X “abertas” à
Renovação Carismática Católica influenciando o movimento e gerando esse viés tradicionalista
no nosso meio. Não! O tradicionalismo entra na Renovação “por tabela”.
Certa
vez, um sacerdote muito inteligente e perspicaz contou-me a reflexão de um
famoso Abade com o qual ele teve a oportunidade de estar: “Hoje em dia há muita
gente querendo ser mestre sem antes ter sido discípulo”. O abade dizia isto em
relação a muitas Novas Comunidades Carismáticas, cujo “fundador” é “mestre” sem
nunca ter sido “discípulo”. Estou colocando isto aqui porque “a tabela” pela
qual o tradicionalismo entra na Renovação Carismática são: Os Movimentos
Eclesiais, as Novas Comunidades, as Fraternidades e os Institutos – com seus
simpatizantes e afins – que beberam de fontes até saudáveis da tradição, mas
sem a maturidade bimilenar do Magistério da Igreja, e acabaram por gerar uma
hermenêutica de ruptura não de modo generalizado, mas em questões pontuais
importantes no que tange ao Ecumenismo, à Liturgia, etc.
Mas
os Movimentos Eclesiais e as Novas Comunidades não são a Nova Primavera da
Igreja? Não tenho dúvidas de que são! O fato, contudo, é que ainda são
experiências “em maturação”. E é por meio desses movimentos, fraternidades e
comunidades – em processo de maturação – que as premissas do tradicionalismo
invadiram a Renovação Carismática Católica – que também é uma realidade
eclesial recente e em maturação. Sem pertencer explicitamente a uma Associação
explicitamente tradicionalista, membros da RCC começam a fazer delas a sua
fonte de alimento.
Essa
busca pelo tradicionalismo é altamente compreensível quando nós analisamos a
situação da Igreja no Brasil: Liturgia banalizada, pregação relativizada,
ascese considerada “moralismo” e assim por diante. Portanto, o desfile de toda
a sorte de adereços, rendas e mais rendas por parte do clero “de viés tradicionalista”
é compreensível. É uma pena, contudo, que o esteticismo ao qual o Papa Pio XII
já havia atentado e corrigido esteja sendo supervalorizado da maneira que vemos
hoje em dia.
Hoje
nós temos carismáticos “antiecumênicos” – o que é um absurdo sem tamanho pelo
fato de a Renovação Carismática ser essencialmente ecumênica, como bem lembrou
o Papa Francisco, citando ao segundo volume dos Documentos de Malinas. Tudo
aquilo que fez a Renovação Carismática Católica nascer e crescer na Santa
Igreja é DEVEDOR do sadio diálogo ecumênico defendido e avalizado pelo Concílio
Vaticano II no Documento Conciliar Unitatis Redintegratio.
Recentemente
publiquei um vídeo e um artigo sobre a licitude do uso de canções de autores
que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica, apresentando os devidos
critérios.
Acesse por este
link: http://sobrearochadepedro.blogspot.com.br/2014/11/e-licito-cantar-cancoes-evangelicas.html
É
impressionante como fui chamado de progressista, de protestante e assim por
diante! Graças a Deus, todos os argumentos eram muito frágeis e “ad hominem”, uma vez que apenas afirmei
aquilo que a Igreja afirma.
O
tradicionalismo na Renovação Carismática Católica também se manifesta na
Liturgia. Já “cansei de ver” carismáticos menosprezando o missal de Paulo VI. Carismáticos
que proíbem o que a Igreja não proíbe, que refutam o que a Igreja não refuta.
Por
último, como fruto do “tradicionalismo de cueca” vivido pelos carismáticos – e
digo “tradicionalismo de cueca” porque é inconcebível ser “lefebvriano” e “pentecostal
católico” – vale a pena tocar a questão do moralismo doentio pregado por esta
gente, que tem gerado danos psicológicos e desvios afetivos e sexuais vários.
Eu poderia citar exemplos oriundos de Novas Comunidades, Fraternidades,
Congregações de viés carismático e por aí vai, mas vou confiar na honestidade
dos leitores, uma vez que os fatos são gritantes e falam por si sós.
Exortação Final
Renovação Carismática Católica, fite os
seus olhos no cajado de Pedro! Seja fiel ao Magistério atual da Igreja, que
interpreta as Escrituras e nos transmite a tradição (que é viva) no HOJE da
Igreja. Sejamos aquilo que Deus quer de nós (é inconcebível um carismático
antiecumênico). Guardemos a unidade do Espírito no vínculo da paz! Não
contristemos ao Espírito Santo! Não extingamos ao Espírito Santo!
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