terça-feira, 10 de dezembro de 2013

COMO IDENTIFICAR UM CARISMÁTICO "PENTECOSTAL"?




Desde que deixei a Congregação dos Legionários de Cristo, no ano de 2006, retornei as minhas origens: Os Grupos de Oração da Renovação Carismática Católica. Pouco tempo depois, o senhor me chamou para secretariar o presidente do Conselho Nacional da Renovação. Trabalhei com o Ministério Jovem da RCC por 4 anos e hoje me alegro por ser um bom servo do meu grupo de oração, na cidade Valinhos.

Desde o início, contudo, tive que lidar com um "rótulo" que me foi colocado por alguns "desinformados" dentro da Renovação Carismática Católica: O de ser "pentecostal demais" ou "meio protestante". E o que eu fiz para merecer este rótulo? Bem...Valeu-me este rótulo o fato de que eu defendia (e ainda defendo!) a legitimidade de que se ministre qualquer canção que tenha unção e que esteja em plena concordância com a sã doutrina, ainda que a mesma não seja composta por um autor católico. Também me valeu este título o fato de, durante um Congresso Estadual de Jovens, eu ter pedido aos presentes que se ajoelhassem, num momento de quebrantamento do coração, pedindo que todos clamassem o perdão pelos pecados cometidos no solo do Estado no qual nos encontrávamos (fizemos isto enquanto duas jovens sustentavam a bandeira do Estado). Este ato foi considerado "protestante", "pentecostal", porque, diziam, só se pode fazer esse tipo de oração diante do Santíssimo (até hoje aguardo embasamento doutrinário para esta afirmação). Como se não bastasse, o naquele então coordenador nacional do Ministério Jovem e Diretor do Escritório Nacional estava ajoelhado ao meu lado, conduzindo comigo aquele momento de oração. Enfim.

É evidente que estas coisas são autênticas baboseiras. Agora, pergunto o seguinte: Existem atitudes realmente identificáveis como "protestantes" e "pentecostais" em membros do meu amado Movimento Eclesial? Sim! Já digo de antemão que não é a postura e o posicionamento ensinado e repassado pelo Conselho Nacional - Instância de Escuta, Discernimento e Direcionamento da RCC enquanto Movimento - mas se trata de uma atitude facilmente identificável e presente em muitos membros da RCC. Provavelmente no seu Grupo de Oração tenha alguns.

Vamos definir algumas características básicas do protestantismo e, depois, mais especificamente, do protestantismo pentecostal, a fim de que nos seja possível diagnosticar as evidências no nosso meio.


Características básicas do Protestantismo:

1. Eu tenho acesso direto a Deus e, por causa disso, não preciso de nenhuma mediação por parte da Igreja.
2. O ser humano é essencialmente mal por causa do pecado original. Não há nada que venha do homem que possa ser bom. Por isso, quando alguém crê em Jesus recebe como que uma capa extrínseca a natureza do homem (a graça) que o cobre de seus pecados. Este é o princípio soteriológico protestante.
3. A verdade reside unicamente na Bíblia.

Características básicas do Protestantismo Pentecostal:

1. Somem-se todas as características acima mencionadas.
2. O único meio pelo qual Deus age na vida de alguém é pelas manifestações carismáticas. Não existem sacramentos. Se alguém não fala em línguas estranhas... Ainda não recebeu o Batismo com Espírito Santo.
3. Portanto, o Pentecostal não é um cristão como os demais (tradicionalistas), mas ele possui um poder especial, um revestimento de poder a mais que os demais.
4. Ênfase nos milagres e rejeição do sofrimento, uma vez que Cristo já sofreu e levou sobre si toda a dor; portanto, cabe ao cristão uma vida de vitória.

Agora vamos aos casos bem corriqueiros do nosso movimento:

Por qual razão nós vemos padres que se autodenominam carismáticos que não suportam celebrar a Santa Missa sem "acrescentar", desde o ato penitencial até o "deo gratias", toda sorte de "orações diversas"? Por que será que leigos não conseguem "gostar" de uma missa que não tenha toda sorte de orações "carismáticas"? No fundo, é reconhecível o espírito pentecostal protestante que confere insuficiência a qualquer culto cristão que não seja repleto de manifestações carismáticas. Para um Carismático Católico de fato, Missa é Missa e Grupo de Oração é Grupo de Oração. A missa é o Memorial da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo que, dia após dia, ratifica e perpetua no meio de nós a graça da Nova e Eterna Aliança. Assim como, no Antigo Testamento, o povo devia ratificar a Aliança revivendo a páscoa como se dera nos tempos da libertação do Egito, assim também na Nova Aliança, mas de modo infinitamente superior, nós não somente imolamos o cordeiro, mas o comemos (em ratificação de nossa Aliança até que Ele venha). Nós comemos a sua carne e bebemos o sangue perpetuando a única e suficiente Páscoa de Nosso Salvador Jesus Cristo. Portanto, a Missa é o Ritual da Nova e Eterna Aliança e quem participa dela sem distinguir o corpo e sangue do Senhor... Come e bebe a sua própria condenação. É o oferecimento de Cristo ao Pai por nós... E nós só repetimos o que Ele fez, em Sua memória, "donec venias". Alguém acha que isto precisa de complemento? O mais perfeito ato de redenção precisa de alguma ajudinha?

Por que vocês acham que existe ainda muita gente avessa aos estudos e chegam a aconselhar a nossa juventude dizendo: "Tah estudando? Cuidado pra não perder a fé, hein?". Identifica-se, nessa postura, o fato de que não há nada de bom que possa vir do conhecimento científico, porque fora da fé (fideísmo, melhor dito) tudo é escuridão e trevas. Por que será que há muitos carismáticos avessos a Encontros de Formação e nem sequer se preparam com um bom estudo antes de pregar ou ministrar qualquer serviço na Igreja? "O Espírito Santo - dizem eles - vem sobre nós e faz toda a obra; eu não sou nada... É o Espírito quem vai falar". Reconhece-se aqui a atitude protestante que acredita numa ação extrínseca da graça, que vem, se apodera de nós e age. Trata-se de um revestimento, de uma cobertura...

Por que será que existem coordenadores e pregadores que multiplicam de par em par encontros e mais encontros de cura e libertação em detrimento da formação? Por que será que os grupos de oração não sabem mais louvar e orar no poder do Espírito se não for para pedir cura e libertação? Porque há uma influência protestante e pentecostal afirmando que nós não podemos mais sofrer. A ênfase no milagre é uma tentativa de encher os grupos e encontros, tal como acontecera na chamada segunda onda do Movimento Pentecostal.

Por que será que muitos carismáticos se acham melhores e mais santos que os demais membros da Igreja? Porque há um pensamento protestante que classifica um cristão que não ore em línguas como alguém que "ainda não recebeu toda a graça"; de fato a fé pentecostal afirma serem os carismas a única via da graça e Deus, prescindindo dos sacramentos. Por que será que a pregação de muitos não conduz ninguém à vida sacramental? Analise isto. Por que será que existem pessoas desequilibradas que se arvoram a profetizar e profetizar a cada momento de silêncio que a assembléia de oração faz? Na sua cabeça (de protestante!) quem possui carismas é alguém "revestido de um poder" que o torna diferenciado dos demais.

Por que será que muitos carismáticos não lêem o Catecismo, não buscam livros de formação e se limitam a ler a Bíblia? Influência do princípio protestante da Sola Scriptura!

Esta lista aqui poderia ser bem maior. Talvez você, amigo leitor, possa continuá-la com seus comentários.

Pregar com entusiasmo e paixão é ser protestante? Não! Usar os artifícios da oratória, elevando a voz em alguns momentos, é ser protestante? Não! Citar vários textos bíblicos de memória é ser protestante? Não! Ministrar canções que estejam em consonância com a sã doutrina pode, em alguma hipótese, ser uma atitude protestante? Não (e estou aberto para que alguém me prove o contrário)!

Estando na Diocese de Novo Hamburgo houve um momento no qual pessoas ligavam para comunidades e paróquias solicitando que não me convidassem mais para pregar porque eu era meio... "pentecostal" (rsrs). Pessoas que chegaram a dizer a padres conhecidos meus que se eles não proclamassem curas durante a missa... Suas paróquias iriam esvaziar... E o pentecostal sou eu? 






sábado, 7 de dezembro de 2013

POR QUE NÃO SOU PROTESTANTE?


Dedico este artigo aos milhares de comentários que recebi sobre a “famosa” carta de resposta ao Pr. Silas Malafaia. Dedico este artigo aos protestantes honestos e estudiosos que existem por aí .

Meu primeiro "despertar" para a fé em Cristo, embora já inserido no Corpo de Cristo pelo Batismo e havendo recebido a primeira comunhão eucarística, deu-se quando eu tinha doze anos de idade por meio de um Grupo de Oração da Renovação Carismática Católica. Bem sabemos, embora haja gente até mesmo dentro do Movimento que negue e se enraiveça, que a RCC (sigla já reconhecida para denominar a Renovação) é essencialmente ecumênica por origem e por vocação; sendo assim, sempre houve dentro de mim uma simpatia, fomentada por tudo aquilo que eu via e ouvia, pelos irmãos separados, sobretudo os pentecostais clássicos, os filhos da chamada primeira onda do Pentecostalismo. Portanto, teria eu motivos para, sob alguma hipótese, ter me tornado um protestante? Motivos... Creio que não. Motivações? Sem dúvida alguma! Eu tive muitas motivações que poderiam ter me conduzido ao protestantismo. Elencarei as mesmas:

1.       Toda a minha espiritualidade bebe e emana do amor que o Espírito Santo gerou em meu coração pela Sagrada Escritura. Como já pontuou muitas vezes o Frei Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, é sumamente notório e louvável o amor dos protestantes pela Sagrada Escritura, bem como o modo como eles são ensinados a se debruçar sobre elas, exaurindo das mesmas todo o direcionamento para as suas vidas. O total desconhecimento da Bíblia em 90% dos católicos, posto lado a lado com o que acabei de descrever acima, poderia ser uma motivação para que eu viesse  a me tornar protestante (não estou entrando na questão da hermenêutica, não seja apressado!).

2.       Outra grande faceta da minha espiritualidade, que brota do amor pela Sagrada Escritura, são as canções de louvor e adoração inspiradas na Sagrada Escritura. Quando eu escutava as canções de Asaph Borba, de Adhemar de Campos e do Ministério de Louvor Diante do Trono... Meu coração estremecia e encontrava alimento, ao passo que olhava para os cantores “de mídia” da Igreja e percebia que, muitas vezes, eu tinha comprar um CD para, entre doze canções, achar uma ou outra que viesse ao encontro dessa minha “demanda espiritual” (isto é pessoal, subjetivo). Isto também teria sido uma motivação para ser protestante.

3.       O desejo ardente de ser missionário e entregar um tempo da minha vida para pregar o Evangelho no poder do Espírito (uma pregação acompanhada das manifestações carismáticas) sem que, para isto, eu tivesse que, necessariamente, me tornar um seminarista, um religioso ou um consagrado de Comunidade de Vida também impelia meu coração a se vislumbrar diante de realidades como a JOCUM (Jovens com uma Missão), onde eu poderia muito bem entregar minha vida por algum tempo e, depois, retomar os estudos, o namoro, formar uma família, etc. Isto também teria sido uma tremenda motivação.

4.       A existência de Comunidades Evangélicas sérias, maduras e missionárias (Comunidade Cristã de Porto Alegre, por exemplo) e de Escolas de Formação Maravilhosas (Universidade da Família, Cristo para as Nações, etc) também teriam sido motivações maravilhosas, uma vez que, especialmente na realidade do Sul do País, quando eu olhava para a RCC... Sinceramente não havia comparação.

5.       A principal motivação que eu encontrei e que poderia ter me feito protestante para sempre foi um período específico da minha vida onde a minha dor, pecado e crise, aliados com os olhares de condenação ou de descaso que recebi da maioria daqueles que se chamavam meus irmãos de caminhada, em contraposição com o amor, a amizade, a misericórdia e o fervor que encontrei em irmãos separados se mesclaram. Houve um tempo no qual 99% das pessoas com as quais eu convivia eram protestantes e os momentos de oração e vida comunitária mais belos que eu tinha eram entre eles (embora, saindo do Banco onde eu trabalhava, eu fosse quase que diariamente participar da Eucaristia). Meus irmãos “de caminhada” não somente persistiram na rejeição que haviam feito como, até, espalharam que, de fato, eu já era protestante (pergunte-me se alguém veio falar comigo sobre o assunto?).

Então... Motivações, eu realmente as tive! O que me fez não ser um Protestante? Quais são as motivações e os motivos que me fazem permanecer firme na Igreja fundada sobre o alicerce dos Apóstolos, dos quais Pedro é o primus inter paris?

Primeira questão, antes de entrar nestes pontos: Eu sempre permaneci católico. Explico o porquê: Mesmos nos momentos nos quais todo o meu ciclo de amizades e convivência eram evangélicos, as pregações que eu ouvia eram católicas (Dr. Scott Hahn, Pe. Robert Barron, etc), as canções que eu mais ouvia eram católicas (sobretudo do Shalom), os livros que eu lia eram católicos; eu comungava quase que diariamente, confessava-me regularmente. Explicava a visão católica de alguns pontos de doutrina para meus amigos. Falava constantemente da Eucaristia. Pregava usando os livros deuterocanônicos e assim por diante. Indignava-me ante a visão distorcida alimentada entre eles contra as imagens sacras e o papel da Virgem Maria na História da Salvação. Meus amigos evangélicos que conviveram comigo neste tempo podem confirmar tudo o que estou escrevendo aqui.

Muito bem! Por que eu não sou Protestante, ora bolas?! Aqui vão algumas razões:

1.       Para um cristão, qual é a referência, a coluna e a sustentação da verdade na qual ele crê? Um protestante responderia: A Bíblia! Só na Bíblia está a verdade! Só na Bíblia se sustenta a verdade. A questão simplória aqui é a seguinte: Onde, na Bíblia, está escrito que só a Bíblia é a coluna e a sustentação da verdade? A coluna doutrinário do cisma protestante – a Sola Scriptura – não encontra suporte e sustentação na própria Escritura. Talvez alguém viesse a citar Mt 5, 17 e depois IITim 3, 16-17: “Toda a Escritura inspirada por Deus é útil para ensinar, para rebater, para corrigir e para formar na justiça, de modo que o homem de Deus seja perfeito, e preparado para toda boa obra.” Depois, poderias me citar Mt 15, onde Jesus fala das tradições. O problema é que em Mateus Jesus não estava condenando toda a tradição – até mesmo porque os Evangelhos mostram Jesus, constantemente, cumprindo tudo aqui que, na Tradição Judaica, era reto – mas às tradições corruptas. Quando II Timóteo 3, 16 menciona “toda a Escritura” não diz “só a Escritura” é útil. Também a oração, a evangelização e muitas outras coisas são essenciais! Agora, o que dizer de II Tes 2, 15: “Portanto, irmãos, mantende-vos firmes e guardai as tradições que haveis aprendido de nós, de palavra ou por carta” – Tradição Escrita (Bíblica), Tradição Oral (ensino dos Apóstolos e seus sucessores)? A Sagrada Escritura, a Bíblia, testifica em I Tim 3, 15 que a Igreja é a coluna e o sustentáculo da verdade.

2.       Como consequência do primeiro ponto está uma outra questão: Os livros contidos na Sagrada Escritura foram recolhidos – dentre tantos outros – e apresentados como Palavra de Deus... Pelos Bispos da Igreja Católica. Ela, que é a Coluna e o Sustentáculo da verdade, tomou em suas mãos os livros existentes e, sob inspiração do Espírito Santo, e tendo por critério o testemunho transmitido pelos Apóstolos, guardado pelos assim chamados “Pais da Igreja” (os cristãos fieis dos primeiros séculos), separam e apresentaram o Canon das Escrituras. A pequena divergência existente entre as nossas Bíblias está no Antigo Testamento, por motivos que não convencem ninguém que seja realmente honesto intelectualmente (Aprofunde-se no tema através deste link: http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/deuterocanonicos). Cremos na Bíblia como Palavra de Deus porque os Sucessores dos Apóstolos, revestidos de autoridade para tal, nos “confirmaram nesta fé”. Se é bem verdade que a Palavra forma a Igreja... A Igreja ratifica a Palavra. São duas realidades co-essenciais: PALAVRA e IGREJA. Sem a Igreja... A Palavra padece.

3.       Seguindo em frente, a partir dos pontos anteriores, um protestante alegaria que a Igreja é uma realidade puramente mística, espiritual e, portanto, aquém da realidade temporal e terrena. A Encíclica Mystici Corporis seria uma boa leitura para protestantes um pouco mais honestos – e aqui segue o link para a mesma.(http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_29061943_mystici-corporis-christi_po.html). Esta dicotomia na verdade não existe! A Igreja de Jesus é constituída sobre o alicerce dos Doze Apóstolos como cumprimento e plenitude da Promessa de Deus às Doze Tribos de Israel. Eles, os Apóstolos do Cordeiro, estão assentados junto ao Cordeiro, como descreve o Apocalipse. Vemos como cada um deles estabeleceu, sobre as comunidades que fundaram, um "Vigia" (EPÍSCOPO, no Grego, donde se origina a palavra Bispo). Inácio, que foi deixado por São Pedro Apóstolo como Epíscopo (Bispo) em Antioquia, fala claramente sobre a necessidade dos cristãos participarem da "Eucaristia do Bispo", da Celebração que esteja em unidade com o Bispo. Há um cajado, uma hierarquia presente na Igreja desde os Atos dos Apóstolos (estrutura esta que foi mantida e perdura). Esta Igreja, que tem Apóstolos aos quais Cristo Jesus confiou a Igreja, é a coluna da Verdade. É por causa do grito do cisma protestante do Cristo "sim", Igreja "não" que hoje em dia há um grupo enorme de Evangélicos que já não frequentam mais templos, congregações, mas fazem seus cultos em casa (Falo do G12 e movimentos similares). Ora, se eu não preciso "de homens" para chegar a Deus... Não preciso do cajado de um Pastor nem muito menos de um templo, conclui um protestante. "Por que tantos homens entre Deus e eu", dizia Rousseau. Este pensamento ignora que a "minha fé" precisa estar inserida no "nós" da Igreja. Somos corpo! Eu preciso dos meus irmãos, preciso dos meus pastores para estar em comunhão com Deus. Isto é ser Igreja. O próprio Deus quis precisar de homens para mediar sua graça na história da salvação. E quem dá autoridade aos homens para que sejam Pastores de almas? O Senhor Jesus revestiu a seus Apóstolos que, por sua vez, cuidaram de revestir a outros, mantendo uma verdadeira sucessão apostólica. Infelizmente, o cisma protestante perdeu esta "coluna" quando prescindiu da necessidade da Igreja, Corpo de Cristo. Qual Igreja é a coluna da verdade agora? A do meu pastor X ou a IURD, ou da Adventista? Observo o Sábado ou não? Posso abortar ou não? Os carismas de falar em línguas e o Batismo no Espírito Santo existem ou não? Todos os protestantes possuem a mesma Bíblia e não chegam a um consenso sobre estes e outros tantos temas porque lhes foi tirada a coluna que sustenta a verdade, a Igreja!

4.       Um quarto ponto, que vem como uma cereja neste bolo, é o testemunho das primeiras gerações cristãs que receberam a pregação do Evangelho da boca do próprio Senhor Jesus e de seus Apóstolos. Quando vemos os critérios hermenêuticos para interpretação da Sagrada Escritura e a sólida doutrina católica já presente nos primeiros séculos... Fica difícil ser protestante. Apresento um link de acesso a alguns estudos, para os protestantes mais honestos intelectualmente: (http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/estudos-patristicos).


Falta-me, ainda, abordar muitas outras questões. Contudo, apresento estas. Acredito que, como é de praxe, haverá introduções de outros pontos de doutrina. Não dá para evitar isto! Contudo, vou me limitar a responder somente sobre aquilo que escrevi.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS EM CONSONÂNCIA COM A FIDES ET RATIO DE JOÃO PAULO II


A Cristandade, identificada pelos intelectuais modernos como obscurantista e portadora de trevas, foi a genitora do Sistema Universitário, dos Hospitais, do Método científico, do Direito Ocidental e de toda a ética e a moral próprias do mundo ocidental (que os mesmos "modernistas" chamam de obsoleta e castradora). Neste período, o conhecimento humano se elevava sobre as suas duas asas, sem dicotomais entre a razão e a fé.

O Papa João Paulo II, quando nos convida a voltar ao tomismo, convida-nos a sair do "giro embecilizante" de "rodopiar com uma asa só" antes de colidirmos com o chão, assumindo uma "Scientia Plena", aberta à possibilidade real de conhecer algo a respeito de alguma coisa, encarando a própria felicidade como a operatio perfecta mentis (operação perfeita do intelecto): Quanto mais nobre e digno é o objeto cognoscível e quanto mais ampla for a minha capacidade de "gozá-lo", maior será a minha felicidade. O intelectualismo brasileiro atual, porém, venera o niilismo e o desespero da vida sem sentido, mergulhando o Século XX e o nascente Século XXI no grande Mal do Século: A Depressão.

Pois bem, coloco diante de você a vida e a morte, a benção e a maldição e suplico: Escolhe a vida! Ou você continua dividindo a história e concebendo a ciência a la Augusto Comte ou você desperta para o método harmônico proposto por João Paulo II, encarnado na obra de São Tomas de Aquino.

Ofereço-lhes uma excelente síntese elaborada pelo Ir. Ricardo Pioner, L.C. sobre o assunto. 

Suba na torre, Sentinela, e anuncie a chegada do Sol que pode cessar as trevas do obscurantismo contemporâneo, força motriz da depressão que caracteriza a nossa geração. A impossibilidade de conhecer ( posto que tudo é marginalizado para a individualidade e não existe nada de absoluto) jogou o homem na fossa da depressão, o contrário da felicitas de Tomas de Aquino. Anuncia, pois, Sentinela, a chegada do Sol!


O lugar do ensino na divisão das ciências na síntese de Tomás de Aquino

 Os pressupostos para o processo de ensino, na síntese de Tomás de Aquino, mesmo discutindo e incorporando algumas partes sobre a classificação das ciências da tradição filosófica, são essencialmente aristotélicos. Vejamos, então, inicialmente, como Aristóteles divide-as, para depois abordar a classificação efetuada por Tomás.

Assim, Aristóteles inicia o tratado da Metafísica com a seguinte afirmação: “Todos os homens, por natureza, tendem ao saber” (A 1, 980 a, 21, p. 3.)[1]. A tendência natural do homem ao saber é a raiz da qual nasce e na qual se fundamenta a filosofia aristotélica, particularmente, a metafísica.
           
É no livro E (V) da Met. que Aristóteles classifica e distingue três formas de ciências: “Todo conhecimento racional é ou prático, ou produtivo, ou teorético” (1, 1025 b, 25-26, v. II, p. 271). As ciências teoréticas buscam o saber pelo saber; as práticas, o saber em função do agir; as produtivas, o saber em função do fazer. É nas ciências do agir que se insere especificamente o processo de ensino no pensamento de Tomás de Aquino, mas recebe da teologia revelada, da metafísica, da epistemologia e da antropologia seus fundamentos.
Sendo assim, na hierarquia das ciências aristotélicas, a metafísica encontra-se no topo: “Enquanto as ciências teoréticas são preferíveis às outras ciências, esta [a metafísica], por sua vez, é preferível às outras duas ciências teoréticas” (Met. E (V) 1, 1026 a, 22-24, v. II, p. 273). É em função da metafísica que todas as outras ciências adquirem o justo significado.

Ora, baseado nessa classificação aristotélica das ciências, confrontando-as com a divisão estóica da filosofia em lógica, física e ética, juntamente com as sete artes liberais, propedêuticas à filosofia, isto é, o trivium (gramática, retórica e dialética) e o quadrivium (aritmética, geometria, astronomia, música), é que Tomás de Aquino estabelece, à sua maneira, uma divisão das ciências. Essa divisão é efetuada formalmente no comentário Super Boetium de Trinitate, questões 5 e 6 que, em síntese e em linhas gerais, apresenta-se da seguinte forma.

Assim, há uma distinção entre o intelecto teórico ou especulativo e o intelecto operativo ou prático. Tal distinção tem como fundamento as diferentes finalidades: o prático visa à operação e o teórico, à verdade. E a relação pedagógica entre o professor e o aluno insere-se nestas duas finalidades, conforme veremos.

E é de acordo com o critério de verdade, que as ciências especulativas são distinguidas em dois grupos, de acordo com o objeto de especulação. Dessa forma, de um lado, existe o conhecimento científico teórico, dividido em duas partes: já que o intelecto é imaterial, seu objeto também dever ser dessa natureza, resultando no conhecimento intelectual; por se tratar de um conhecimento científico, o objeto deve ser necessário, ou seja, sem movimento. E por outro, existe o conhecimento da ciência especulativa, fundado no critério de afastamento da mutabilidade do mundo sensível (Sup. Boet. Trin., q. 5, 1, p. 102).

Seguindo este último critério, Tomás estabelece a distinção das ciências especuláveis dependentes da matéria e do movimento e daquelas que não dependem disto no que se refere ao ser. As dependentes da matéria são de duas classes, ou seja, as ciências que dependem da matéria sensível para se constituírem e serem consideradas inteligíveis – como a física ou a ciência natural, e daquelas que dependem do mundo sensível para se concretizarem, mas não para serem inteligíveis – como a matemática. Já as ciências que se ocupam com os objetos especuláveis que não dependem da matéria, são também de duas classes: os objetos que nunca dependem da matéria, como Deus, anjos, entes positivamente imateriais, e os objetos que às vezes dependem e em outras não da matéria, como a substância, a qualidade, o ente, a potência, o ato, o uno, o múltiplo etc, entes negativamente imateriais.

Portanto, a teologia, a metafísica ou a filosofia primeira, investigam sobre estas duas classes de objetos. São três nomes atribuídos a mesma ciência, mas a partir de perspectivas diferentes. Assim,

de todos estes trata a teologia, isto é, a ciência divina, pois Deus é o principal do que nela é conhecido. A qual, com outro nome, é chamada de metafísica, isto é, além da física, porque ocorre a nós, que precisamos passar do sensível ao insensível, que devemos aprendê-la depois da física; é chamada também de filosofia primeira na medida em que todas as ciências, recebendo dela seus princípios, vêm depois dela (Sup. Boet. Trin., q. 5, 1, p. 103).

Cabe ressaltar, que o critério utilizado por Tomás de Aquino para “justificar a divisão das ciências ou as três partes da filosofia especulativa [é o] próprio modo de ser das coisas” (NASCIMENTO, 1999, p. 17), isto é, “as ciências especulativas se distinguem segundo a ordem de afastamento da matéria e do movimento (Sup. Boet. Trin., q. 5, 1, p. 102).

Por isso, na classificação e hierarquia das ciências na síntese tomista, a divina, isto é, a teologia ou a teologia cristã, a semelhança da metafísica no pensamento de Aristóteles, é a ciência dos princípios. É a primeira na ordem da intenção e a última na ordem da execução. Todas as outras ciências subordinam-se a ela,

pois cabe-lhe provar os princípios das outras ciências. É preciso, pois, que esta ciência venha antes das outras [...]. Como observa Avicena no início da Metafísica, a ordem desta ciência é tal que deve ser estudada após as ciências da natureza, em que são definidas numerosas noções que ela utiliza, como geração, corrupção, movimento, etc [...]. E é assim que a ciência da natureza contribui com qualquer coisa para a ciência do divino, embora esta forneça os princípios daquela. Tal é a razão pela qual Boécio colocou em último a ciência do divino, pois ela é última para nós (Sup. Boet. Trin., q. 5, 1, ad 9, p. 108).

Depreende-se disso, que os princípios da teologia, também denominada de metafísica ou de filosofia primeira, como vimos, na síntese de Tomás de Aquino, são aplicados na filosofia moral. Além disso, é a filosofia moral que fornece os fundamentos para a pedagogia, como uma espécie de instrumento para a concretização das potencialidades que o homem possui por natureza, como a disposição para bem, para o social, para o conhecimento e à aprendizagem.




[1] Nas próximas citações da Metafísica, estaremos nos referindo a esta tradução com a abreviação Met.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

APRENDA COM OS “CATÓLICOS EXTREMISTAS” A FAZER DA VERDADE ALGO DESPREZIVEL!



Já que o único jeito de gerar reflexões e aguçar o interesse é o “tratamento de choque”, lá vamos nós outra vez!

Venho alertando há algum tempo aos amigos e leitores do blog sobre uma geração de jovens católicos narcisistas e pedantes que adoram escrever em latim (sem ter o mínimo de conhecimento da língua, o que é pior!), ditar “normas” e esmagar o mundo, tornando a verdade católica um verdadeiro objeto de desprezo e de sátira.

Olavo de Carvalho (em O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota) fala sobre a dissonância cognitiva – um instrumento de dominação de massas muito utilizado na cultura que nos cerca. Segundo Olavo, a dissonância cognitiva consiste na apresentação e defesa de princípios totalmente contraditórios entre si, deixando a massa em estado de desorientação, aguardando uma voz de comando, seja qual for este comando.

O cidadão angustiado reage por uma espécie de colapso intelectual, tornando-se um boboca servil que já não sabe orientar-se a si mesmo e implora por uma voz de comando. O comando pode ser oco e sem sentido, como por exemplo change!, mas, quando vem, soa sempre como um alívio (Armas da Liberdade, publicado no Diário do Comércio em 17 de dezembro de 2009).

Na sequência, no artigo intitulado A Demolição das Consciências, publicado em 21 de dezembro de 2009 no Diário do Comércio, Olavo continua:

Quem tenha compreendido bem meu artigo "Armas da Liberdade", deve ter percebido também a conclusão implícita a que ele conduz incontornavelmente: boa parte do esforço moralizante despendido pela "direita religiosa" para sanear uma sociedade corrupta é inútil, já que termina sendo facilmente absorvida pela máquina da "dissonância cognitiva" e usada como instrumento de perdição geral.

O artigo todo merece uma boa leitura, mas o parágrafo em questão é direto e muito elucidativo.

Recentemente minha comadre me enviou um link de acesso a uma carta escrita por um jovem católico que, copiando frases inteiras de Olavo de Carvalho (sem citar a fonte), dava as razões pelas quais ele se negava a apresentar um trabalho sobre Karl Marx. Eu já venho escrevendo e alertando muita gente sobre essa nova geração de extremistas que se aninharam como alunos do Padre Paulo Ricardo de Azevedo Junior (sobretudo, e em primeiro lugar, escrevi ao próprio Padre e sua Equipe sobre o assunto) e que, por meio do Padre Paulo, estão se ancorando no Olavo também. Bradam condenações a tudo e a todos em “defesa” da verdade católica... Mal conseguem perceber que, dentro da dissonância cognitiva, apenas corroboram com a confusão na cabeça do pobre e sofrido “povão de meu Deus”.

Olha: Se essa moda pega (a de se negar a estudar Karl Marx)... Pobres dos nossos seminaristas no Brasil!

Citando ao próprio Padre Paulo Ricardo que, com muito equilíbrio, falava aos seminaristas carismáticos no Renasem de Porto Alegre, é necessário ter sabedoria e astúcia para passar pelo ambiente acadêmico, formar-se e, já constituído sacerdote, professor ou profissional, estar apto a ser um formador de opinião! Sem sabedoria e astúcia, os católicos serão expulsos do ambiente acadêmico e taxados de extremistas (porque a voz de comando, no meio da confusão, não será a conservadora, dentro da tática da dissonância cognitiva, mas a liberal).


Quando os católicos vão despertar para a realidade de que precisamos fazer parte do corpo docente das universidades para, assim, transformar a cultura? Tudo o que fizermos de modo radicalista e extremista será "lenha para o fogo" da manobra arquitetada pelo intelectualismo esquerdista. Se sacerdotes que conservam e guardam o depósito da fé com fidelidade não conseguirem se formar nas dioceses tomadas pela nefasta teologia da libertação (porque, de duas uma: Ou procuram um “Seminário Ideal” e se aninham em Cuiabá, ou no Mater Ecclesiae de Itapecerica da Serra/SP, ou na Diocese de Novo Hamburgo, OU são expulsos de seus seminários de origem e perdem a vocação), jamais conseguiremos mudar a realidade. Se católicos bem formados não forem admitidos ao corpo docente da UFSC e outras por aí... Seguiremos vendo a juventude do país usando a camiseta do “Che”, fumando maconha e querendo lutar contra o “sistema”.

Os extremistas esquecem que, primeiro, vem o amor. Focando na lei, embora estejam dizendo a verdade, na maioria das vezes, acabam causando o fechamento do coração de seus interlocutores, leitores ou telespectadores e tornam a verdade que defendem algo desprezível!

Está na hora dos formadores católicos reverem os seus métodos de formação para ver se o remédio que aplicam não possui efeitos colaterais mais daninhos que a própria doença a qual desejam combater. 

Recebi um mailing de um tal de Joel, esses dias atrás, no Grupo de Discussões das Universidades Renovadas (RCC) que, por A + B, nos dava motivos para não assistir Missa que não fosse de Rito Tridentino; dentre os muitos links, figurava o site do Padre Paulo e suas aulas sobre o Missal de Paulo VI.

“É aí que eu me refiro”, diria Joca Martins.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

SENTINELAS DA MANHÃ - PROJETO DE VIDA



Estávamos na Capela, adorando o Senhor Jesus no Santíssimo Sacramento. Estávamos ali, um pequeno grupo de jovens, mas com um grande desejo de se dispor à Vontade de Deus e de Seus Desígnios. Foi aí, que a Palavra "Sentinelas da Manhã" ressoou forte em nossas vidas. Não tenho dúvidas que foi como um Vento de Pentecostes! Sereno, suave e ao mesmo tempo forte e arrebatador.

Sentinelas da Manhã, era algo muito novo para nós, pelo menos, para nós que estávamos ali, naquela Capela do escritório da RCC de Brasília, no ano de 2007. Ano que comemoramos 40 anos da RCC no mundo!

Quando nos colocamos a estudar e nos deparamos com as declarações do Beato João Paulo II sobre as "Sentinelas da Manhã", ficamos maravilhados e ao mesmo tempo com "medo", porque ficou claro para nós, já no primeiro instante de nossas pesquisas, que "Sentinelas da Manhã" não era uma moção momentânea, mas entendemos que era um PROJETO DE VIDA E DE MISSÃO que o Senhor Deus estava e está nos chamando através da Sua Igreja pela boca de Pedro!

Desde então até os dias de hoje, continuo a ler e meditar tudo que João Paulo II escreveu e falou para os jovens, e me esforçando por viver este compromisso assumido com esse chamado.

A força pra viver esse chamado só pode vir do Espírito. As ações também só podem ser realizadas mediante o Espírito. E é com a Sabedoria do Espírito que temos que estudar e entender as "estruturas" das ideologias e filosofias, para que possamos dar respostas inteligentes à Luz do Evangelho. 


João Paulo II, mostrou com a sua vida, como ele conseguiu dialogar e responder aos sistemas autoritários que dominaram a Polônia por décadas. E com esta experiência ele falou ao mundo alertando sobre os perigos das tais ideologias.

Em 19 de agosto de 2000, na Vígilia de Tor Vergata, ele disse: "Queridos amigos, vejo em vós as «sentinelas da manhã» (cf. Is 21, 11-12), nesta alvorada do terceiro milênio. No decurso do século que morre, jovens como vós eram convocados em reuniões oceânicas para aprenderem a odiar, eram mandados combater uns contra os outros. Os diversos messianismos secularizados, que pretenderam substituir a esperança cristã, revelaram-se depois autênticos infernos. Hoje encontrais-vos reunidos aqui para afirmar que, no novo século, não vos prestareis a ser instrumentos de violência e de destruição; defendereis a paz, à custa da própria vida se for necessário. Não vos conformareis com um mundo onde outros seres humanos morrem de fome, continuam analfabetos, não têm trabalho. Vós defendereis a vida em todas as etapas da sua evolução terrena, esforçar-vos-eis com todas as vossas forças por tornar esta terra cada vez mais habitável para todos.

Queridos jovens do século que começa, dizendo «sim» a Cristo, dizeis «sim» a cada um dos vossos mais nobres ideais. Eu peço a Cristo que reine nos vossos corações e na humanidade do novo século e milênio. Não tenhais medo de vos entregar a Ele: guiar-vos-á e dar-vos-á força para O seguirdes cada dia em todas as situações."


Um(a) jovem cheio(a) de Deus e que não foge das responsabilidades que o mundo nos impõe. Como disse Jesus: "Dei-lhes a Tua Palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo. Não peço que os tires do mundo, ma sim que os preserves do mal. Eles não são do mundo, como eu também não sou do mundo. Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade.Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo." (Jo 17,14 -18 - Tradução Bíblia Ave Maria)

Na noite de Tor Vergata, o Papa entregou de presente aos jovens o EVANGELHO, isto é a Palavra, mais claramente ainda: O CRISTO - A PALAVRA DO PAI - ÚNICA E DEFINITIVA - O REDENTOR DO HOMEM!

Em um mundo de tantas palavras, de tantas vozes, a afirmação do Príncipe dos Apóstolos precisa ser também a nossa: "Senhor a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus." (Jo. 6,68-69 - Tradução Bíblia Ave Maria).

Veja que o presente do Papa em Tor Vergata, foi na verdade uma confirmação deste atitude de Pedro, e ao mesmo tempo uma "Profecia" para os nossos tempos e tempos vindouros.

No ano da Fé, desejo à mim e todos, que o Espírito de Deus nos batize perenemente!

Um forte abraço a todos!



Ricardinho

domingo, 29 de setembro de 2013

UM EXÉRCITO DE SENTINELAS OU DE IMBECIS? (PARTE II)


Como sair do estado de letargia no qual o sistema idiotizante do intelectualismo brasileiro nos deixou para sermos, de fato, as Sentinelas da Manhã sonhadas por João Paulo II?


Olavo de Carvalho, em seu artigo Geração Perdida, fez-me, mais uma vez, refletir sobre como a juventude está sempre “de prontidão” para mudar o mundo sem realmente saber o que é o mundo (e temos, aos montes, esses tipos no Brasil).

Quando percebo que Cazuza e Renato Russo são recordados como verdadeiros ícones da juventude brasileira, tidos como intelectuais e apresentados como modelo daquilo que deve ser um jovem que deseja mudar o mundo, percebo quão imbecis nós somos. Não quero demonizá-los, mas basta tomar conhecimento da biografia desses homens para ver o desequilíbrio total que lhes caracterizou no relacionamento familiar, na vida afetiva e sexual, e o modo como, tristemente, acabaram perdendo suas vidas. Levantaram a bandeira do “jovem verdadeiramente livre e politizado”, símbolos do inconformismo que deve caracterizar a juventude. Encarnaram o ideal da “Revolução”, da “mudança do Brasil”, quando, em realidade, foram instrumentos da total idiotização da juventude brasileira, “fantoches” da revolução cultural sonhada por homens como Antonio Gramsci e os teóricos da Escola de Frankfurt.

Fico feliz quando vejo uma Rachel Sheherazade e um Paulo Eduardo Martins ocupando lugares de destaque na Mídia e falando abertamente em defesa dos mais altos ideais. Pessoas capacitadas em suas áreas de atuação, são autênticas sentinelas da manhã, reluzindo no meio de uma geração corrupta e perversa. Não preciso ser âncora do jornal das oito para, só então, ser sentinela; mas preciso de capacitação, de conhecimento, independente do ambiente em que me encontro se, de fato, quero ser geração JP II, Sentinela da Manhã.

Jovens católicos “comendo na mão” de Sartre, Michel Foucault e Heribert Marcuse, admirando Agenor Brighenti e Antônio Carlos Wolkmer, marchando em direção exatamente oposto à fé que professam... Isto é o que fatalmente nós vemos. Que Hyppolite Taine, citado por Olavo no texto abaixo, sirva-nos de inspiração.


Geração Perdida

Hyppolite Taine conta que, aos 21 anos, vendo-se eleitor, percebeu que nada sabia do que era bom ou mau para a França nem das ideologias em disputa na eleição. Absteve-se de votar e começou a estudar o país. Décadas depois, vieram à luz os cinco volumes das Origines de la France Contemporaine (1875), um monumento da ciência histórica e um dos livros mais esclarecedores de todos os tempos. O jovem Taine não votou, mas o Taine maduro ajudou muitas gerações, na França e fora dela, a votar com mais seriedade e conhecimento de causa, sem deixar-se iludir pelas falsas alternativas da propaganda imediata. Saber primeiro para julgar depois é o dever número um do homem responsável - dever que o voto obrigatório, sob a escusa de ensinar, força a desaprender.

Taine foi muito lido no Brasil, e seu exemplo deu alguns frutos. Entre os que tiveram seu caminho de vida decidido pela influência dele contou-se o jovem Affonso Henriques de Lima Barreto. Ele aprendeu com Taine que as coisas podem não ser o que parecem. Como romancista, ele fixou a imagem da ambigüidade constitutiva das atitudes humanas no duelo de personalidades do major Quaresma com Floriano Peixoto, onde o passadista se revela um profeta e o progressista um ditador tacanho e cego. Mas a mensagem dessa história, ainda que consagrada pelo cinema, não se impregnou na mente das novas gerações. Talvez não venha a fazê-lo nunca, precisamente porque, amputada da ética taineana da prioridade do saber, que lhe serve de moldura, ela se reduz a uma observação casual que pode ser dissolvida numa enxurrada de lugares-comuns. Hoje, de fato, raramente se encontra um jovem que não queira, antes de tudo, "transformar o mundo", e que, em função desse "parti pris", não adie para as calendas gregas o dever de perguntar o que é o mundo.

Sim, no Brasil cultura e inteligência são coisas para depois da aposentadoria. Quando todas as decisões estiverem tomadas, quando a massa de seus efeitos tiver se adensado numa torrente irreversível e a existência entrar decisivamente na sua etapa final de declínio, aí o cidadão pensará em adquirir conhecimento - um conhecimento que, a essa altura, só poderá servir para lhe informar o que ele deveria ter feito e não fez. Antevendo as dores inúteis do arrependimento tardio, ele então fugirá instintivamente do confronto, abstendo-se de julgar sua vida à luz do que agora sabe.

Embalsamado num nicho de diletantismo estético, o conhecimento perderá toda a sua força iluminante e transfiguradora, reduzindo-se a um penduricalho inócuo, adorno inofensivo de uma velhice calhorda. Eis onde termina a vida daquele que, na juventude, em vez de esperar até compreender, cedeu à tentação lisonjeira do primeiro convite e se tornou um "participante", um "transformador do mundo".

Eu também caí nessa, mas tive a sorte de minha carreira de transformador do mundo ser detida, logo no início, por uma chuva de perplexidades paralisantes que me forçaram a largar tudo e a ir para casa pensar. Acossado de perguntas que ultrapassavam minha capacidade de resposta, fui privado, pelo bom Deus, da oportunidade de tentar moldar o mundo à imagem da minha própria idiotice.

Mas essa sorte é rara. O Brasil é o país do gênio prematuro, degradado em bobalhão senil logo na primeira curva da maturidade. Quando contemplo esse circo decrépito da revista Bundas, onde cômicos enferrujados se esforçam para repetir as "performances" de 30 anos atrás, que na sua imaginação esclerosada se petrificaram em emblemas estereotipados de "vida" e "juventude"; quando, lendo Caros Amigos, vejo homens de cabelos brancos se esfalfando para recuperar sua imagem idealizada de patota juvenil dos "Anos Dourados", não posso deixar de notar que em todas essas pessoas que falam em nome do futuro o sentimento dominante é a saudade de si mesmas. Não falta a esses indivíduos a consciência de que suas vidas falharam. Mas atribuem a culpa aos outros, ao governo militar que impediu sua geração de "chegar ao poder". No entanto, a desculpa é falsa, porque, mal ou bem, eles estão no poder. Eram jovens militantes, hoje são deputados, são catedráticos, são escritores de sucesso, são formadores de opinião. Por que, então, lambem com tanta nostalgia e ressentimento as feridas da sua juventude perdida? É porque ela foi perdida num sentido muito mais profundo e irremediável que o da mera derrota política. E agora é tarde para voltar atrás.



sábado, 21 de setembro de 2013

UM EXÉRCITO DE SENTINELAS OU DE IMBECIS?



Estou lendo "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", de Olavo de Carvalho. A cada página que avanço percebo quão idiotizante é a cultura que nos circunda. Arrependo-me das inúmeras imbecilidades que eu já disse, escrevi e defendi veementemente. Como posso querer "mudar o mundo" sem antes saber "o que é mundo", em primeiro lugar? 

 Quando li o artigo intitulado "imbecil juvenil" pensei, evidentemente, na imensa "massa juvenil" das nossas universidades e demais ambientes em geral; em seguida, voltei meu pensamento para os jovens da Igreja que, quando muito, conhecemos superficialmente alguns textos bíblicos, algo do catecismo e vivemos a nossa vida na Igreja como "vaquinhas de presépio", sem capacidade de "pensar", apenas "reproduzindo" opiniões ditadas ao "microfone". Por último (porque normalmente somos assim... dirigimos a exortação sempre para "terceiros" ao invés de apropriar-se dela em primeiro lugar), olhei para mim mesmo e vi muita, mas muita idiotice.

Ser geração João Paulo II, sentinelas da manhã supõe um pouco mais que usar uma camiseta, pular sinalizando com a mão e gritando "Sua sentinela! Sua sentinela!" (embora tudo isso seja ótimo, maravilhoso e muito bem-vindo!). São João Paulo II sonhava uma juventude capaz de desconstruir o pensamento da cultura atual gerando uma nova cultura, uma nova civilização. Contudo, isto pressupõe a capacidade de identificar as mais diversas ideologias, suas origens, causas e consequências na sociedade, a fim de desmascarar a falácia dos reducionismos propostos por  estes pseudo-cientistas, sem medo de declarar que Jesus Cristo é a salvação de todo o homem e do homem todo. Infelizmente, acontece bem ao contrário: Os jovens cristãos passam pelas universidades sul-americanas e se tornam autênticos imbecis. Chamam de "ética" a total separação entre "a fé e a razão" que essas universidades dogmaticamente pregam! A fé não pode entrar no consultório médico, na consulta do psicólogo, nas orientações do pedagogo, etc; não pode "visitar" as ciências humanas, muito menos as exatas. 

Esses pseudo-católicos, no auge de sua imbecilidade, vomitam "intelectualidade" em seus discursos sobre ética profissional. "Deus nos livre" de falar em "verdade absoluta" ou citar Tomas de Aquino, Boaventura e Agostinho no nosso ambiente acadêmico... Gente que, antes da faculdade, era fervorosa, com coração missionário, que sonhava com missão e que, em poucos anos, tornou-se "equilibrado", "centrado". Acham que são "santos de calças jeans", que vivem a "integralidade"... No fundo, apenas entraram na idiotização do marxismo cultural que reina na elite acadêmica da América Latina.

Em verdade, um jovem CATÓLICO universitário que se preze deveria conhecer pelo menos algo de São Tomás de Aquino e sua Summa Theologiae.  Para sermos sentinela da manhã é preciso deixemos de ser imbecis!



IMBECIL JUVENIL



 Já acreditei em muitas mentiras, mas há uma à qual sempre fui imune: aquela que celebra a juventude como uma época de rebeldia, de independência, de amor à liberdade. Não dei crédito a essa patacoada nem mesmo quando, jovem eu próprio, ela me lisonjeava. Bem ao contrário, desde cedo me impressionaram muito fundo, na conduta de meus companheiros de geração, o espírito de rebanho, o temor do isolamento, a subserviência à voz corrente, a ânsia de sentir-se iguais e aceitos pela maioria cínica e autoritária, a disposição de tudo ceder, de tudo prostituir em troca de uma vaguinha de neófito no grupo dos sujeitos bacanas.


        O jovem, é verdade, rebela-se muitas vezes contra pais e professores, mas é porque sabe que no fundo estão do seu lado e jamais revidarão suas agressões com força total. A luta contra os pais é um teatrinho, um jogo de cartas marcadas no qual um dos contendores luta para vencer e o outro para ajudá-lo a vencer.

        Muito diferente é a situação do jovem ante os da sua geração, que não têm para com ele as complacências do paternalismo. Longe de protegê-lo, essa massa barulhenta e cínica recebe o novato com desprezo e hostilidade que lhe mostram, desde logo, a necessidade de obedecer para não sucumbir. É dos companheiros de geração que ele obtém a primeira experiência de um confronto com o poder, sem a mediação daquela diferença de idade que dá direito a descontos e atenuações. É o reino dos mais fortes, dos mais descarados, que se afirma com toda a sua crueza sobre a fragilidade do recém-chegado, impondo-lhe provações e exigências antes de aceitá-lo como membro da horda. A quantos ritos, a quantos protocolos, a quantas humilhações não se submete o postulante, para escapar à perspectiva aterrorizante da rejeição, do isolamento. Para não ser devolvido, impotente e humilhado, aos braços da mãe, ele tem de ser aprovado num exame que lhe exige menos coragem do que flexibilidade, capacidade de amoldar-se aos caprichos da maioria - a supressão, em suma, da personalidade.
        É verdade que ele se submete a isso com prazer, com ânsia de apaixonado que tudo fará em troca de um sorriso condescendente. A massa de companheiros de geração representa, afinal, o mundo, o mundo grande no qual o adolescente, emergindo do pequeno mundo doméstico, pede ingresso. E o ingresso custa caro. O candidato deve, desde logo, aprender todo um vocabulário de palavras, de gestos, de olhares, todo um código de senhas e símbolos: a mínima falha expõe ao ridículo, e a regra do jogo é em geral implícita, devendo ser adivinhada antes de conhecida, macaqueada antes de adivinhada. O modo de aprendizado é sempre a imitação - literal, servil e sem questionamentos. O ingresso no mundo juvenil dispara a toda velocidade o motor de todos os desvarios humanos: o desejo mimético de que fala René Girard, onde o objeto não atrai por suas qualidades intrínsecas, mas por ser simultaneamente desejado por um outro, que Girard denomina o mediador.
      Não é de espantar que o rito de ingresso no grupo, custando tão alto investimento psicológico, termine por levar o jovem à completa exasperação impedindo-o, simultaneamente, de despejar seu ressentimento de volta sobre o grupo mesmo, objeto de amor que se sonega e por isto tem o dom de transfigurar cada impulso de rancor em novo investimento amoroso. Para onde, então, se voltará o rancor, senão para a direção menos perigosa? A família surge como o bode expiatório providencial de todos os fracassos do jovem no seu rito de passagem. Se ele não logra ser aceito no grupo, a última coisa que lhe há de ocorrer será atribuir a culpa de sua situação à fatuidade e ao cinismo dos que orejeitam. Numa cruel inversão, a culpa de suas humilhações não será atribuída àqueles que se recusam a aceitá-lo como homem, mas àqueles que o aceitam como criança. A família, que tudo lhe deu, pagará pelas maldades da horda que tudo lhe exige.
        Eis a que se resume a famosa rebeldia do adolescente: amor ao mais forte que o despreza, desprezo pelo mais fraco que o ama.
        Todas as mutações se dão na penumbra, na zona indistinta entre o ser e o não-ser: o jovem, em trânsito entre o que já não é e o que não é ainda, é, por fatalidade, inconsciente de si, de sua situação, das autorias e das culpas de quanto se passa dentro e em torno dele. Seus julgamentos são quase sempre a inversão completa da realidade. Eis o motivo pelo qual a juventude, desde que a covardia dos adultos lhe deu autoridade para mandar e desmandar, esteve sempre na vanguarda de todos os erros e perversidade do século: nazismo, fascismo, comunismo, seitas pseudo-religiosas, consumo de drogas. São sempre os jovens que estão um passo à frente na direção do pior.
        Um mundo que confia seu futuro ao discernimento dos jovens é um mundo velho e cansado, que já não tem futuro algum.

domingo, 15 de setembro de 2013

RESPOSTA AO PROGRAMA "NA MORAL"


O programa “Na Moral”, apresentado por Pedro Bial, tratou o tema do Aborto e planejamento familiar no dia 29 de Agosto. Como é bem comum do estilo de reportagem da Rede Globo, um tema sumamente complexo foi discutido num programa de curta duração, recheado de música, curto espaço de exposição para os convidados e  depoimentos “comoventes” de mulheres  que corroboravam com a posição pré-estabelecida da Direção do Programa que claramente consistia em apresentar o aborto como, pelo menos, “um mal necessário”.

O “Na Moral” tem “pinta de inteligente”, de “instrutivo”. Propõe-se a discutir temas de suma importância de maneira “aberta”, sem “panos quentes”; contudo, trata-se de uma “falsa abertura”, uma vez que a agenda já está pré-fixada diante de que cada tema proposto. Combater a ética e a moral judaico-cristãs como sendo “uma velha opinião, formada, sobretudo preferindo ser essa metamorfose ambulante”. Tudo, absolutamente TUDO, pode “mudar”. É muito provável que, em poucos anos, a pedofilia, hoje olhada com horror, seja aplaudida, afinal... Já existe gente defendendo por aí que “uma relação sexual na infância pode ser importante para que a criança defina sua opção sexual”.

 O programa do dia 29 de agosto defendeu, basicamente, duas ideias: A falta de planejamento familiar (falta de instrução da população) e o direito ao aborto como uma solução, “um mal necessário”.

O “Planejamento Familiar” defendido pelo “Na Moral”

Foram apresentados depoimentos de diversas mulheres que “tiveram sua infância e adolescência ceifadas por um incômodo bebê”! Não puderam levar a cabo “a sua vida” porque tiveram que cuidar de um bebê, objetaram as mulheres convidadas pela produção. Segundo o “Na Moral”, grande solução seria o “planejamento familiar”, entendido claramente como métodos contraceptivos. A “Falta instrução”, explicou o Dr. Drausio Varela, é o problema.

Preciso discordar veementemente do Doutor. Não se trata de “falta de instrução”, mas de má instrução, de instrução de péssima qualidade, com orientação liberal. Os veículos propagadores desta má instrução são, especialmente, dois e estão ao alcance da esmagadora maioria dos brasileiros: A Escola (quer seja pública ou privada) e a Televisão.
  •         A Escola: O número de brasileiros com acesso à Escola aumenta mais e mais (o que nos alegra muito!). Contudo, quando o tema é a moral sexual ensinada nas escolas... O Ministério da Educação vem espalhando, em número cada vez maior, cartilhas de “orientação sexual” para crianças, ensinando a criança a tocar-se e, explicitamente, dando por normal que crianças entre 9 a 12 anos tenham relações, ensinando-lhes “o modo de proceder no ato sexual, etc”. Quem quiser saber mais sobre o assunto veja o vídeo da Dra. Damares Alves, disponível pelo link abaixo:


  •      A Televisão: Até mesmo a faixa mais necessitada da população brasileira tem, no mínimo, um aparelho de TV em casa. O brasileiro é recordista mundial em tempo dedicado a assistir programas televisivos. E qual é o conteúdo instrutivo que este veículo de informação faz chegar aos milhões de brasileiros com respeito à moral sexual? Precisamos detalhar? O erotismo está endeusado e espalhado nas canções, nas imagens, nas insinuações. Os humoristas, para citar um exemplo, não conseguem formular uma piada sem envolver na mesma a malícia e o erotismo.

Dr. Varela, o Ministério da Educação e os veículos midiáticos martelam, sem cessar, a moral familiar e o senhor chama a Igreja de criminosa por ser contra a camisinha, com se a mesma fosse a solução infalível do problema! Entregar uma camisinha a um garoto de 10, 11, 12 anos é um crime, Dr. Varela, porque torna lícito  que uma criança inicie sua vida sexual sem a mínima maturidade psíquica para tal! Escrever e entregar cartilhas ensinando o modo de proceder na relação sexual a uma criança de 10, 11, 12 anos... É um crime contra a consciência e a inocência das nossas crianças, Dr. Varela. Exibir novelas, filmes e programas do nível da emissora de televisão que exibe o “Na Moral”... É um crime, Doutor.

Quer dizer então que ensinar um método contraceptivo e, no caso do mesmo não funcionar, permitir e facilitar o aborto é a solução para o problema da gravidez precoce? O aborto é a solução para o problema da violência cometida contra as mulheres?

A solução mais imediata do crime hediondo chamado estupro é o investimento na segurança e não o “aborto”. O sexo foi endeusado de tal modo na nossa cultura e as mulheres fazem de seus corpos um “chamarisco” tal que não é de se admirar que o número de estupros só aumente. 

Mas o coisa seguirá de mal a pior enquanto "programas inteligentes" seguirem deformando a consciência moral da sociedade.