segunda-feira, 30 de setembro de 2013

SENTINELAS DA MANHÃ - PROJETO DE VIDA



Estávamos na Capela, adorando o Senhor Jesus no Santíssimo Sacramento. Estávamos ali, um pequeno grupo de jovens, mas com um grande desejo de se dispor à Vontade de Deus e de Seus Desígnios. Foi aí, que a Palavra "Sentinelas da Manhã" ressoou forte em nossas vidas. Não tenho dúvidas que foi como um Vento de Pentecostes! Sereno, suave e ao mesmo tempo forte e arrebatador.

Sentinelas da Manhã, era algo muito novo para nós, pelo menos, para nós que estávamos ali, naquela Capela do escritório da RCC de Brasília, no ano de 2007. Ano que comemoramos 40 anos da RCC no mundo!

Quando nos colocamos a estudar e nos deparamos com as declarações do Beato João Paulo II sobre as "Sentinelas da Manhã", ficamos maravilhados e ao mesmo tempo com "medo", porque ficou claro para nós, já no primeiro instante de nossas pesquisas, que "Sentinelas da Manhã" não era uma moção momentânea, mas entendemos que era um PROJETO DE VIDA E DE MISSÃO que o Senhor Deus estava e está nos chamando através da Sua Igreja pela boca de Pedro!

Desde então até os dias de hoje, continuo a ler e meditar tudo que João Paulo II escreveu e falou para os jovens, e me esforçando por viver este compromisso assumido com esse chamado.

A força pra viver esse chamado só pode vir do Espírito. As ações também só podem ser realizadas mediante o Espírito. E é com a Sabedoria do Espírito que temos que estudar e entender as "estruturas" das ideologias e filosofias, para que possamos dar respostas inteligentes à Luz do Evangelho. 


João Paulo II, mostrou com a sua vida, como ele conseguiu dialogar e responder aos sistemas autoritários que dominaram a Polônia por décadas. E com esta experiência ele falou ao mundo alertando sobre os perigos das tais ideologias.

Em 19 de agosto de 2000, na Vígilia de Tor Vergata, ele disse: "Queridos amigos, vejo em vós as «sentinelas da manhã» (cf. Is 21, 11-12), nesta alvorada do terceiro milênio. No decurso do século que morre, jovens como vós eram convocados em reuniões oceânicas para aprenderem a odiar, eram mandados combater uns contra os outros. Os diversos messianismos secularizados, que pretenderam substituir a esperança cristã, revelaram-se depois autênticos infernos. Hoje encontrais-vos reunidos aqui para afirmar que, no novo século, não vos prestareis a ser instrumentos de violência e de destruição; defendereis a paz, à custa da própria vida se for necessário. Não vos conformareis com um mundo onde outros seres humanos morrem de fome, continuam analfabetos, não têm trabalho. Vós defendereis a vida em todas as etapas da sua evolução terrena, esforçar-vos-eis com todas as vossas forças por tornar esta terra cada vez mais habitável para todos.

Queridos jovens do século que começa, dizendo «sim» a Cristo, dizeis «sim» a cada um dos vossos mais nobres ideais. Eu peço a Cristo que reine nos vossos corações e na humanidade do novo século e milênio. Não tenhais medo de vos entregar a Ele: guiar-vos-á e dar-vos-á força para O seguirdes cada dia em todas as situações."


Um(a) jovem cheio(a) de Deus e que não foge das responsabilidades que o mundo nos impõe. Como disse Jesus: "Dei-lhes a Tua Palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo. Não peço que os tires do mundo, ma sim que os preserves do mal. Eles não são do mundo, como eu também não sou do mundo. Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade.Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo." (Jo 17,14 -18 - Tradução Bíblia Ave Maria)

Na noite de Tor Vergata, o Papa entregou de presente aos jovens o EVANGELHO, isto é a Palavra, mais claramente ainda: O CRISTO - A PALAVRA DO PAI - ÚNICA E DEFINITIVA - O REDENTOR DO HOMEM!

Em um mundo de tantas palavras, de tantas vozes, a afirmação do Príncipe dos Apóstolos precisa ser também a nossa: "Senhor a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus." (Jo. 6,68-69 - Tradução Bíblia Ave Maria).

Veja que o presente do Papa em Tor Vergata, foi na verdade uma confirmação deste atitude de Pedro, e ao mesmo tempo uma "Profecia" para os nossos tempos e tempos vindouros.

No ano da Fé, desejo à mim e todos, que o Espírito de Deus nos batize perenemente!

Um forte abraço a todos!



Ricardinho

domingo, 29 de setembro de 2013

UM EXÉRCITO DE SENTINELAS OU DE IMBECIS? (PARTE II)


Como sair do estado de letargia no qual o sistema idiotizante do intelectualismo brasileiro nos deixou para sermos, de fato, as Sentinelas da Manhã sonhadas por João Paulo II?


Olavo de Carvalho, em seu artigo Geração Perdida, fez-me, mais uma vez, refletir sobre como a juventude está sempre “de prontidão” para mudar o mundo sem realmente saber o que é o mundo (e temos, aos montes, esses tipos no Brasil).

Quando percebo que Cazuza e Renato Russo são recordados como verdadeiros ícones da juventude brasileira, tidos como intelectuais e apresentados como modelo daquilo que deve ser um jovem que deseja mudar o mundo, percebo quão imbecis nós somos. Não quero demonizá-los, mas basta tomar conhecimento da biografia desses homens para ver o desequilíbrio total que lhes caracterizou no relacionamento familiar, na vida afetiva e sexual, e o modo como, tristemente, acabaram perdendo suas vidas. Levantaram a bandeira do “jovem verdadeiramente livre e politizado”, símbolos do inconformismo que deve caracterizar a juventude. Encarnaram o ideal da “Revolução”, da “mudança do Brasil”, quando, em realidade, foram instrumentos da total idiotização da juventude brasileira, “fantoches” da revolução cultural sonhada por homens como Antonio Gramsci e os teóricos da Escola de Frankfurt.

Fico feliz quando vejo uma Rachel Sheherazade e um Paulo Eduardo Martins ocupando lugares de destaque na Mídia e falando abertamente em defesa dos mais altos ideais. Pessoas capacitadas em suas áreas de atuação, são autênticas sentinelas da manhã, reluzindo no meio de uma geração corrupta e perversa. Não preciso ser âncora do jornal das oito para, só então, ser sentinela; mas preciso de capacitação, de conhecimento, independente do ambiente em que me encontro se, de fato, quero ser geração JP II, Sentinela da Manhã.

Jovens católicos “comendo na mão” de Sartre, Michel Foucault e Heribert Marcuse, admirando Agenor Brighenti e Antônio Carlos Wolkmer, marchando em direção exatamente oposto à fé que professam... Isto é o que fatalmente nós vemos. Que Hyppolite Taine, citado por Olavo no texto abaixo, sirva-nos de inspiração.


Geração Perdida

Hyppolite Taine conta que, aos 21 anos, vendo-se eleitor, percebeu que nada sabia do que era bom ou mau para a França nem das ideologias em disputa na eleição. Absteve-se de votar e começou a estudar o país. Décadas depois, vieram à luz os cinco volumes das Origines de la France Contemporaine (1875), um monumento da ciência histórica e um dos livros mais esclarecedores de todos os tempos. O jovem Taine não votou, mas o Taine maduro ajudou muitas gerações, na França e fora dela, a votar com mais seriedade e conhecimento de causa, sem deixar-se iludir pelas falsas alternativas da propaganda imediata. Saber primeiro para julgar depois é o dever número um do homem responsável - dever que o voto obrigatório, sob a escusa de ensinar, força a desaprender.

Taine foi muito lido no Brasil, e seu exemplo deu alguns frutos. Entre os que tiveram seu caminho de vida decidido pela influência dele contou-se o jovem Affonso Henriques de Lima Barreto. Ele aprendeu com Taine que as coisas podem não ser o que parecem. Como romancista, ele fixou a imagem da ambigüidade constitutiva das atitudes humanas no duelo de personalidades do major Quaresma com Floriano Peixoto, onde o passadista se revela um profeta e o progressista um ditador tacanho e cego. Mas a mensagem dessa história, ainda que consagrada pelo cinema, não se impregnou na mente das novas gerações. Talvez não venha a fazê-lo nunca, precisamente porque, amputada da ética taineana da prioridade do saber, que lhe serve de moldura, ela se reduz a uma observação casual que pode ser dissolvida numa enxurrada de lugares-comuns. Hoje, de fato, raramente se encontra um jovem que não queira, antes de tudo, "transformar o mundo", e que, em função desse "parti pris", não adie para as calendas gregas o dever de perguntar o que é o mundo.

Sim, no Brasil cultura e inteligência são coisas para depois da aposentadoria. Quando todas as decisões estiverem tomadas, quando a massa de seus efeitos tiver se adensado numa torrente irreversível e a existência entrar decisivamente na sua etapa final de declínio, aí o cidadão pensará em adquirir conhecimento - um conhecimento que, a essa altura, só poderá servir para lhe informar o que ele deveria ter feito e não fez. Antevendo as dores inúteis do arrependimento tardio, ele então fugirá instintivamente do confronto, abstendo-se de julgar sua vida à luz do que agora sabe.

Embalsamado num nicho de diletantismo estético, o conhecimento perderá toda a sua força iluminante e transfiguradora, reduzindo-se a um penduricalho inócuo, adorno inofensivo de uma velhice calhorda. Eis onde termina a vida daquele que, na juventude, em vez de esperar até compreender, cedeu à tentação lisonjeira do primeiro convite e se tornou um "participante", um "transformador do mundo".

Eu também caí nessa, mas tive a sorte de minha carreira de transformador do mundo ser detida, logo no início, por uma chuva de perplexidades paralisantes que me forçaram a largar tudo e a ir para casa pensar. Acossado de perguntas que ultrapassavam minha capacidade de resposta, fui privado, pelo bom Deus, da oportunidade de tentar moldar o mundo à imagem da minha própria idiotice.

Mas essa sorte é rara. O Brasil é o país do gênio prematuro, degradado em bobalhão senil logo na primeira curva da maturidade. Quando contemplo esse circo decrépito da revista Bundas, onde cômicos enferrujados se esforçam para repetir as "performances" de 30 anos atrás, que na sua imaginação esclerosada se petrificaram em emblemas estereotipados de "vida" e "juventude"; quando, lendo Caros Amigos, vejo homens de cabelos brancos se esfalfando para recuperar sua imagem idealizada de patota juvenil dos "Anos Dourados", não posso deixar de notar que em todas essas pessoas que falam em nome do futuro o sentimento dominante é a saudade de si mesmas. Não falta a esses indivíduos a consciência de que suas vidas falharam. Mas atribuem a culpa aos outros, ao governo militar que impediu sua geração de "chegar ao poder". No entanto, a desculpa é falsa, porque, mal ou bem, eles estão no poder. Eram jovens militantes, hoje são deputados, são catedráticos, são escritores de sucesso, são formadores de opinião. Por que, então, lambem com tanta nostalgia e ressentimento as feridas da sua juventude perdida? É porque ela foi perdida num sentido muito mais profundo e irremediável que o da mera derrota política. E agora é tarde para voltar atrás.



sábado, 21 de setembro de 2013

UM EXÉRCITO DE SENTINELAS OU DE IMBECIS?



Estou lendo "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", de Olavo de Carvalho. A cada página que avanço percebo quão idiotizante é a cultura que nos circunda. Arrependo-me das inúmeras imbecilidades que eu já disse, escrevi e defendi veementemente. Como posso querer "mudar o mundo" sem antes saber "o que é mundo", em primeiro lugar? 

 Quando li o artigo intitulado "imbecil juvenil" pensei, evidentemente, na imensa "massa juvenil" das nossas universidades e demais ambientes em geral; em seguida, voltei meu pensamento para os jovens da Igreja que, quando muito, conhecemos superficialmente alguns textos bíblicos, algo do catecismo e vivemos a nossa vida na Igreja como "vaquinhas de presépio", sem capacidade de "pensar", apenas "reproduzindo" opiniões ditadas ao "microfone". Por último (porque normalmente somos assim... dirigimos a exortação sempre para "terceiros" ao invés de apropriar-se dela em primeiro lugar), olhei para mim mesmo e vi muita, mas muita idiotice.

Ser geração João Paulo II, sentinelas da manhã supõe um pouco mais que usar uma camiseta, pular sinalizando com a mão e gritando "Sua sentinela! Sua sentinela!" (embora tudo isso seja ótimo, maravilhoso e muito bem-vindo!). São João Paulo II sonhava uma juventude capaz de desconstruir o pensamento da cultura atual gerando uma nova cultura, uma nova civilização. Contudo, isto pressupõe a capacidade de identificar as mais diversas ideologias, suas origens, causas e consequências na sociedade, a fim de desmascarar a falácia dos reducionismos propostos por  estes pseudo-cientistas, sem medo de declarar que Jesus Cristo é a salvação de todo o homem e do homem todo. Infelizmente, acontece bem ao contrário: Os jovens cristãos passam pelas universidades sul-americanas e se tornam autênticos imbecis. Chamam de "ética" a total separação entre "a fé e a razão" que essas universidades dogmaticamente pregam! A fé não pode entrar no consultório médico, na consulta do psicólogo, nas orientações do pedagogo, etc; não pode "visitar" as ciências humanas, muito menos as exatas. 

Esses pseudo-católicos, no auge de sua imbecilidade, vomitam "intelectualidade" em seus discursos sobre ética profissional. "Deus nos livre" de falar em "verdade absoluta" ou citar Tomas de Aquino, Boaventura e Agostinho no nosso ambiente acadêmico... Gente que, antes da faculdade, era fervorosa, com coração missionário, que sonhava com missão e que, em poucos anos, tornou-se "equilibrado", "centrado". Acham que são "santos de calças jeans", que vivem a "integralidade"... No fundo, apenas entraram na idiotização do marxismo cultural que reina na elite acadêmica da América Latina.

Em verdade, um jovem CATÓLICO universitário que se preze deveria conhecer pelo menos algo de São Tomás de Aquino e sua Summa Theologiae.  Para sermos sentinela da manhã é preciso deixemos de ser imbecis!



IMBECIL JUVENIL



 Já acreditei em muitas mentiras, mas há uma à qual sempre fui imune: aquela que celebra a juventude como uma época de rebeldia, de independência, de amor à liberdade. Não dei crédito a essa patacoada nem mesmo quando, jovem eu próprio, ela me lisonjeava. Bem ao contrário, desde cedo me impressionaram muito fundo, na conduta de meus companheiros de geração, o espírito de rebanho, o temor do isolamento, a subserviência à voz corrente, a ânsia de sentir-se iguais e aceitos pela maioria cínica e autoritária, a disposição de tudo ceder, de tudo prostituir em troca de uma vaguinha de neófito no grupo dos sujeitos bacanas.


        O jovem, é verdade, rebela-se muitas vezes contra pais e professores, mas é porque sabe que no fundo estão do seu lado e jamais revidarão suas agressões com força total. A luta contra os pais é um teatrinho, um jogo de cartas marcadas no qual um dos contendores luta para vencer e o outro para ajudá-lo a vencer.

        Muito diferente é a situação do jovem ante os da sua geração, que não têm para com ele as complacências do paternalismo. Longe de protegê-lo, essa massa barulhenta e cínica recebe o novato com desprezo e hostilidade que lhe mostram, desde logo, a necessidade de obedecer para não sucumbir. É dos companheiros de geração que ele obtém a primeira experiência de um confronto com o poder, sem a mediação daquela diferença de idade que dá direito a descontos e atenuações. É o reino dos mais fortes, dos mais descarados, que se afirma com toda a sua crueza sobre a fragilidade do recém-chegado, impondo-lhe provações e exigências antes de aceitá-lo como membro da horda. A quantos ritos, a quantos protocolos, a quantas humilhações não se submete o postulante, para escapar à perspectiva aterrorizante da rejeição, do isolamento. Para não ser devolvido, impotente e humilhado, aos braços da mãe, ele tem de ser aprovado num exame que lhe exige menos coragem do que flexibilidade, capacidade de amoldar-se aos caprichos da maioria - a supressão, em suma, da personalidade.
        É verdade que ele se submete a isso com prazer, com ânsia de apaixonado que tudo fará em troca de um sorriso condescendente. A massa de companheiros de geração representa, afinal, o mundo, o mundo grande no qual o adolescente, emergindo do pequeno mundo doméstico, pede ingresso. E o ingresso custa caro. O candidato deve, desde logo, aprender todo um vocabulário de palavras, de gestos, de olhares, todo um código de senhas e símbolos: a mínima falha expõe ao ridículo, e a regra do jogo é em geral implícita, devendo ser adivinhada antes de conhecida, macaqueada antes de adivinhada. O modo de aprendizado é sempre a imitação - literal, servil e sem questionamentos. O ingresso no mundo juvenil dispara a toda velocidade o motor de todos os desvarios humanos: o desejo mimético de que fala René Girard, onde o objeto não atrai por suas qualidades intrínsecas, mas por ser simultaneamente desejado por um outro, que Girard denomina o mediador.
      Não é de espantar que o rito de ingresso no grupo, custando tão alto investimento psicológico, termine por levar o jovem à completa exasperação impedindo-o, simultaneamente, de despejar seu ressentimento de volta sobre o grupo mesmo, objeto de amor que se sonega e por isto tem o dom de transfigurar cada impulso de rancor em novo investimento amoroso. Para onde, então, se voltará o rancor, senão para a direção menos perigosa? A família surge como o bode expiatório providencial de todos os fracassos do jovem no seu rito de passagem. Se ele não logra ser aceito no grupo, a última coisa que lhe há de ocorrer será atribuir a culpa de sua situação à fatuidade e ao cinismo dos que orejeitam. Numa cruel inversão, a culpa de suas humilhações não será atribuída àqueles que se recusam a aceitá-lo como homem, mas àqueles que o aceitam como criança. A família, que tudo lhe deu, pagará pelas maldades da horda que tudo lhe exige.
        Eis a que se resume a famosa rebeldia do adolescente: amor ao mais forte que o despreza, desprezo pelo mais fraco que o ama.
        Todas as mutações se dão na penumbra, na zona indistinta entre o ser e o não-ser: o jovem, em trânsito entre o que já não é e o que não é ainda, é, por fatalidade, inconsciente de si, de sua situação, das autorias e das culpas de quanto se passa dentro e em torno dele. Seus julgamentos são quase sempre a inversão completa da realidade. Eis o motivo pelo qual a juventude, desde que a covardia dos adultos lhe deu autoridade para mandar e desmandar, esteve sempre na vanguarda de todos os erros e perversidade do século: nazismo, fascismo, comunismo, seitas pseudo-religiosas, consumo de drogas. São sempre os jovens que estão um passo à frente na direção do pior.
        Um mundo que confia seu futuro ao discernimento dos jovens é um mundo velho e cansado, que já não tem futuro algum.

domingo, 15 de setembro de 2013

RESPOSTA AO PROGRAMA "NA MORAL"


O programa “Na Moral”, apresentado por Pedro Bial, tratou o tema do Aborto e planejamento familiar no dia 29 de Agosto. Como é bem comum do estilo de reportagem da Rede Globo, um tema sumamente complexo foi discutido num programa de curta duração, recheado de música, curto espaço de exposição para os convidados e  depoimentos “comoventes” de mulheres  que corroboravam com a posição pré-estabelecida da Direção do Programa que claramente consistia em apresentar o aborto como, pelo menos, “um mal necessário”.

O “Na Moral” tem “pinta de inteligente”, de “instrutivo”. Propõe-se a discutir temas de suma importância de maneira “aberta”, sem “panos quentes”; contudo, trata-se de uma “falsa abertura”, uma vez que a agenda já está pré-fixada diante de que cada tema proposto. Combater a ética e a moral judaico-cristãs como sendo “uma velha opinião, formada, sobretudo preferindo ser essa metamorfose ambulante”. Tudo, absolutamente TUDO, pode “mudar”. É muito provável que, em poucos anos, a pedofilia, hoje olhada com horror, seja aplaudida, afinal... Já existe gente defendendo por aí que “uma relação sexual na infância pode ser importante para que a criança defina sua opção sexual”.

 O programa do dia 29 de agosto defendeu, basicamente, duas ideias: A falta de planejamento familiar (falta de instrução da população) e o direito ao aborto como uma solução, “um mal necessário”.

O “Planejamento Familiar” defendido pelo “Na Moral”

Foram apresentados depoimentos de diversas mulheres que “tiveram sua infância e adolescência ceifadas por um incômodo bebê”! Não puderam levar a cabo “a sua vida” porque tiveram que cuidar de um bebê, objetaram as mulheres convidadas pela produção. Segundo o “Na Moral”, grande solução seria o “planejamento familiar”, entendido claramente como métodos contraceptivos. A “Falta instrução”, explicou o Dr. Drausio Varela, é o problema.

Preciso discordar veementemente do Doutor. Não se trata de “falta de instrução”, mas de má instrução, de instrução de péssima qualidade, com orientação liberal. Os veículos propagadores desta má instrução são, especialmente, dois e estão ao alcance da esmagadora maioria dos brasileiros: A Escola (quer seja pública ou privada) e a Televisão.
  •         A Escola: O número de brasileiros com acesso à Escola aumenta mais e mais (o que nos alegra muito!). Contudo, quando o tema é a moral sexual ensinada nas escolas... O Ministério da Educação vem espalhando, em número cada vez maior, cartilhas de “orientação sexual” para crianças, ensinando a criança a tocar-se e, explicitamente, dando por normal que crianças entre 9 a 12 anos tenham relações, ensinando-lhes “o modo de proceder no ato sexual, etc”. Quem quiser saber mais sobre o assunto veja o vídeo da Dra. Damares Alves, disponível pelo link abaixo:


  •      A Televisão: Até mesmo a faixa mais necessitada da população brasileira tem, no mínimo, um aparelho de TV em casa. O brasileiro é recordista mundial em tempo dedicado a assistir programas televisivos. E qual é o conteúdo instrutivo que este veículo de informação faz chegar aos milhões de brasileiros com respeito à moral sexual? Precisamos detalhar? O erotismo está endeusado e espalhado nas canções, nas imagens, nas insinuações. Os humoristas, para citar um exemplo, não conseguem formular uma piada sem envolver na mesma a malícia e o erotismo.

Dr. Varela, o Ministério da Educação e os veículos midiáticos martelam, sem cessar, a moral familiar e o senhor chama a Igreja de criminosa por ser contra a camisinha, com se a mesma fosse a solução infalível do problema! Entregar uma camisinha a um garoto de 10, 11, 12 anos é um crime, Dr. Varela, porque torna lícito  que uma criança inicie sua vida sexual sem a mínima maturidade psíquica para tal! Escrever e entregar cartilhas ensinando o modo de proceder na relação sexual a uma criança de 10, 11, 12 anos... É um crime contra a consciência e a inocência das nossas crianças, Dr. Varela. Exibir novelas, filmes e programas do nível da emissora de televisão que exibe o “Na Moral”... É um crime, Doutor.

Quer dizer então que ensinar um método contraceptivo e, no caso do mesmo não funcionar, permitir e facilitar o aborto é a solução para o problema da gravidez precoce? O aborto é a solução para o problema da violência cometida contra as mulheres?

A solução mais imediata do crime hediondo chamado estupro é o investimento na segurança e não o “aborto”. O sexo foi endeusado de tal modo na nossa cultura e as mulheres fazem de seus corpos um “chamarisco” tal que não é de se admirar que o número de estupros só aumente. 

Mas o coisa seguirá de mal a pior enquanto "programas inteligentes" seguirem deformando a consciência moral da sociedade.