terça-feira, 31 de março de 2015

A RENOVAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO - A SEMENTE SE DESENVOLVE

A RENOVAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO
Denise S. Blakebrough




ORIGENS HISTÓRICAS DA “RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA” (RENOVAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO).


A SEMENTE SE DESENVOLVE49


Um grupo de homens e mulheres jovens que trabalham no apostolado dos campus universitários de Lansing (Michigan), e Notre Dame (Indiana), receberam umas cartas surpreendentes e algo confusas de seu amigo Ralph Keifer (hoje falecido). Alguns conheceram Ralph quando eram estudantes na Universidade de Notre Dame, e seguiram em contato com ele quando foi à Universidade de Duquesne, como professor de Teologia, em 1965. Tinham-lhe como um teólogo secular, sóbrio, com um profundo amor pela Igreja e comprometido em seu serviço. As cartas que receberam eram extraordinárias vindo de um homem bem equilibrado; contudo, anunciava nelas, entusiasmado, uma transformação espiritual com escassos precedentes na história do catolicismo. Os professores Ralph Keifer, Patrick Bourgeois e William Storey, ao redor de uns vinte estudantes da faculdade haviam recebido o Batismo no Espírito Santo, e afirmava que este havia mudado suas vidas. Numa dessas carta Ralph Keifer dizia:

Encontramo-nos num nível da vida cristã que os livros de texto chamam normal, mas toda prática e expectativa parece que o negam. Nossa fé tornou-se mais viva, nossas crenças se converteram numa espécie de novo conhecimento. De repente, o mundo do sobrenatural tornou-se mais real que o natural. Em resumo, Jesus Cristo é uma pessoa real para nós, uma pessoa real que VIVE, que é nosso Senhor e que está ativo em nossas vidas. A oração e os sacramentos se tornaram, em  realidade, “nosso pão de cada dia”, em vez de práticas que se reconhecem como “boas para nós”. Um novo amor pelas Escrituras, um novo amor pela Igreja que nunca acreditei que fosse possível, uma transformação de nossa relação com os demais, uma necessidade e um poder para testemunhar mais além de toda expectativa.

Para dizer a verdade, a carta não era em si completamente inesperada. Alguns dos homens em Michigan e Indiana sabiam que Ralph Keifer, William Storey e Patrick Bourgeois estavam investigando o Batismo no Espírito Santo. Os livros A Cruz e o Punhal, de David Wilkerson e Eles falam em outras Línguas de John Sherril, haviam despertado uma grande curiosidade. Vários compartilhavam com Keifer, Storey e Bourgeois a convicção de que a renovação na Igreja contemporânea devia restaurar a vitalidade da Igreja primitiva se quer alcançar maior eficácia.

Quando a primeira carta de Ralph Keifer chegou, seus amigos se surpreenderam, mas também estavam preparados para aprofundar-se sobre isto. Depois de alguma vacilação e de sua própria investigação, a maioria receberam o Batismo no Espírito Santo. Steve Clark e Ralph Martin, que, então, trabalhavam na Paróquia de St. John em Michigan State, Universidade de East Lansing, e membros do Movimento Nacional de Cursilhos, receberam-no em Pittsburgh. Na Universidade de Notre Dame Paul de Celles, professor de Física, junto comum grupo de professores e Estudantes, entre eles Kevin e Dorothy Ranaghan, Bert Ghezzi, Jim Cavnar, Gerry Rauch e Kerry Koller receberam o Batismo no Espírito Santo.

A estas pessoas, uniram-se outras, influenciadas profundamente por essa renovação espiritual, que mais tarde chamariam de Renovação Carismática. Ainda que outros grupos e indivíduos experimentaram também um considerável impacto, foram os primeiros citados os particularmente responsáveis do desenvolvimento da organização estrutural e os que suportaram o peso dos serviços formando uma equipe efetiva e coesa. Serviram ou aconselharam o Comitê da Renovação Carismática Católica operava desde o Centro de Comunicações de Notre Dame. As revistas New Covenant e Palabra de Vida, publicadas em Ann Arbor, o então novo Escritório Internacional de Comunicações, deram como fruto as conferências nacionais e regionais que contaram com a presença de uma 20.000 pessoas em 1972.

Através destes serviços em suas próprias comunidades e em grupos de oração, estas pessoas influenciaram na depois chamada Renovação Carismática, da mesma maneira que o fizeram previamente os líderes de grupos clássicos pentecostais – tal como vimos nos Precedentes históricos da Renovação – na primeira década do século XX. Contudo, os futuros líderes da Renovação Carismática Católica se formaram em movimentos cuja entidade toma o acento na renovação da Igreja. Haviam sido treinados para evangelizar aos chamados cristãos e fazer-lhes comprometer-se mais profundamente com o Senhor, para integrar esta nova missão dentro de uma comunidade cristã mais vital e formar líderes que levassem os outros para Cristo.

Ainda que seus passados variavam, compartilhavam, contudo, ao menos, dos interesses em comum antes de experimentar o Batismo no Espírito Santo: a fervente preocupação por uma fundamental renovação da Igreja, nas linhas comunitárias e de evangelização, e um alto grau de acordos teóricos sobre o modelo apropriado e a estratégia a seugir para esta renovação. Todos estavam profundamente influenciados pelos Curilhos de Cristandade, cuja intensa experiência compartilhavam vivendo e trabalhndo juntos em um única comunidade cristã que se formou em Notre Dame, em 1964-1966.

Neste grupos participaram pessoas que se formaram desde os Cursilhos em Notre Dame na metade dos anos 60 e que, ainda que procedentes de distintas partes, apresentavam algumas características. Eram intelectuais distinguidos que possuíam numerosos honores acadêmicos. Estavam numa renovação litúrgica e espiritual, tendo adquirido alguma formação teológica e participado a maioria em ações sociais e movimentos civis. Steve Clark e o Dr. William Storey, líder do grupo de estudantes na Universidade de Duquesne e do Espírito Santo que depois veio a Notre Dame, eram pessoas convertidas. Deram-se outras conversões, entre elas a de George Martin aos 18 anos.
Bert Ghezzi envolveu-se de cheio na atividade renovadora enquanto estudava todavia na Universidade de Duquesne e do Espírito Santo. Como se mencionou ao princípio, foi o primeiro Presidente da Sociedade Chi Rho, o grupo que mais tarde esteve no famoso retiro. Chi Rho, o grupo que mais tarde esteve no famoso retiro. Chi Rho era muito ativo em movimentos locais de direitos civis em Pittsburgh e trouxe ao campus da Universidade a eminentes conferencistas, entre eles o teólog Hans Küng. Ghezzi estava também interessado numa renovação espiritual da vida e da oração em geral. Ele levou também estas inquietudes à Universidade de Notre Dame em 1963.

Em todos os campos há exceções. Uma delas era Ralph Martin, um brilhante estudante de filosofia (especialista em Nietzche), vinculado à unidade editorial da Universidade, que não tinha nenhum interesse pela Igreja. Em 1964 se tinha liberado de qualquer atadura de suas convicções cristãs iniciais e tinha uma reputação de não crente no campus. A primeira vez que Steve Clark conheceu a Ralph Martin, antes dos Cursilhos, entretiveram-se numa discussão sobre cristianismo num restaurante-bar de estudantes, não na faculdade, senão próximo ao campus, que chamavam “student hangout”. Mas Phil O’Mara, companheiro de quarto de Ralph na faculdade – nos conta Patrick Bourgeois – convenceram-no a que fizesse um Cursilho, durante o qual Ralph Martin se converteu. O Senhor o deve ter tocado fortemente, como a Paulo, porque sua conversão foi fulgurante e muito comentada naqueles âmbitos.

A conversão de Ralph Martin, com efeito, ocorreu de repente e dramaticamente durante o segundo Cursilho em Notre Dame. Foi uma conversão tão repentina que Bert Ghezzi, que estava ali, ao princípio não acreditou em sua autenticidade. “Nunca vi uma coisa semelhante em minha vida – comentou Bert Ghezzi – nunca acreditei que tais coisas foram possíveis”. Por sua parte, Ralph Martin descreveu sua conversão como uma irrupção radical de uma verdade existencial, um descobrimento de sua vida de pecado e sua única e gratuita salvação em Jesus Cristo.

Dei-me conta que havia acomodado minha busca da verdade de tal maneira que nunca a teria encontrado. Tão pronto como me encontrei próximo a “algo” que poderia ser verdade – como Cristo – decidi tratar de buscar outra direção50.

Um líder do grupo de Notre Dame era Steve Clark, de New York, que se tinha convertido ao catolicismo em 1960, sendo estudante na Universidade de Yale. Steve Clark era aqui o organizador e para muitos um modelo durante os dois anos que trabalhou no departamento de filosofia. A busca de fontes de evangelização comunitária na catolicidade, que parecia congelada na renovação pastoral, quem sabe começaria proveitosamente com Steve Clark. Bert Ghezzi costumava dizer:

Steve Clark veio a Notre Dame com uma visão de renovação pastoral fora de série. Não sei de onde lhe vinha.

Quem sabe um importante ponto de referência no pensamento de Steve Clark fosse sua experiência desde sua conversão ao catolicismo. Assim o contava:

Tentei uma aproximação ao cristiansimo de uma forma evangélicas, porque ser cristão significou ou marcou uma grande diferença em minha vida que queria compartilhar com outros. Sabia que o cristianismo era verdadeiro e podia ver que outras pessoas que tinham problemas o necessitavam. Minha grande pena veio quando descobri que outros católicos em Yale não estavam de acordo. Muita gente que foi educada desde pequenos como cristãos tendem a sentir que todo o mundo era basicamente cristã e que tudo o que se necessitava era melhorar o tom moral na sociedade. Eu não via as coisas assim, de modo algum51.

A visão que tinha Steve Clark, desde sua mentalidade de convertido, era que:

Uma pessoa crescerá como cristã quando se encontra num grupo de cristãos que têm um verdadeiro interesse uns pelos outros. Se caminham sós, seu prognóstico espiritual será obscuro.

Este ambiente e o impulso dos Cursilhos, que se viam como algo insólito na história da Igreja para permitir uma verdadeira formação cristã e constituir grupos de homens de homens e mulheres de oração comprometidos na transformação de seus respectivos ambientes, constituíram as referências desse momento52

Cursilhos de Cristandade

A grande relevância que tiveram os Cursilhos de Cristandade, prévios aos começos da Renovação, merecem, pelo menos, uma síntese de sua história até sua chegada à América do Norte.

Poderíamos situar a origem do Movimento depois da Segunda Guerra Mundial. Nasceu na Espanha num grupo de clérigos e leigos intelectuais. Influenciaram neles pensadores avançados europeus como Suenens, Abbé Michonneau ou Yves Congar..., ainda que a estratégia que eles idealizaram supunha uma novidade.
Os Cursilhos de Cristandade se gestaram entre um grupo de jovens da Ação Católica, Palma de Malhorca, Espanha. Junto com o presbítero Sebastião Gaya Riera, então Consiliário Diocesano dos Jovens da Ação Católica e o secular Eduardo Bonnin, reuniam-se desde o ano de 1945 elaborando o gérmen que culminaria no nascimento do primeiro Cursilho de Cristandade, de 7 a 10 de janeiro de 1949, aos quatro meses da peregrinação a Santiago de Compostela, no dia 28 de agosto de 1948, para festejar o Ano Santo. Pode-se dizer que desde a espiritualidade da peregrinação a Santiago nascem verdadeiramente os Cursilhos de Cristandade.

No ano de 1950 começam as reuniões de Ultreya (o grito de Más Allá – Mais Além), que até no nome leva o selo de peregrinar. Daí advém que os Cursilhos tem o toque de uma espiritualidade peregrinante. Mais adiante, o Vaticano II diria que a verdadeira Igreja de Jesus Cristo é uma “Igreja de peregrinos” (LG 48, 50). Os Cursilhos tentam aludir uma espiritualidade de renovação interior, uma espiritualidade eclesial, uma espiritualidade de ação, desde um profundo sentido de humildade53.

Anos mais tarde, diria Dom João Hervás, Bispo de Ciudad Real e Diretor do Secretariado Nacional de Cursilhos de Cristandade, que Paulo se entregou a Cristo como era: com seu arrebatado temperamento, com sua audácia, com sua natureza ardente. A graça de Deus fez o demais, Deus colheu aquele vaso turbulento e quebradiço, limpou-o de seu erro e, enchendo-o de graça, sem destruir sua natureza, converteu-o em vaso de eleição: “A graça de Deus em mi não foi em vão” (1 Co 15, 10). Dom João Hervás foi o grande promotor dos Cursilhos tanto na Espanha como no estrangeiro54.

Os Cursilhos de Cristandade se estenderam posteriormente aos Estados Unidos, em maio de 1957, através de dois jovens pilotos, Agostinho Palomino e Bernardo Vadell, que logo seriam comandantes da Companhia Ibéria. Eles levaram consigo o material suficiente para começar, junto com o presbítero Gabriel Fernandez, os primeiros Cursilhos em Walco (Texas), difundidos rapidamente por toda a América do Norte e chegando depois à América do Sul. Esse foi o começo da expansão dos Cursilhos de Cristandadeem toda América.

Nessa busca de uma ação mais efetiva da vida cristã, os professores Ralph Martin e Steve Clark viveram um Cursilho de Cristandade, para mais tarde chegar a sua meta na  Renovação Carimática55. Diria-se que os Cursilhos foram o trampolim ou a ante-sala de preparação para receber o Batismo no Espírito Santo, ainda que nem tudo foi fácil. Tiveram que dar-se outras circunstâncias ao longo de bastante tempo para que o fruto estivesse maduro.

Agostinho Palomino Valência foi uma das duas pessoas que levaram os Cursilhos aos EUA. Por sua importância, transcrevo o escrito que ele me enviou no dia 27 de abril de 1998, dando conta de que foi o primeiro animador dos Cursilhos de Cristandade nos EUA, em 1957.

Em março de 1957 foi destinado a uma base militar de aviação a San Antonio, Texas, para efetuar um curso completo de piloto militar, em companhia de vários companheiros, também espanhóis e tenentes de Aviação como eu. O curso duraria dois anos. No grupo somente de Bernardo Vadell, de Malharca, e eu, de Ciudad Real, havíamos estado antes em um Cursilho de Cristandade. Ao chegar a San Antonio, a base de Lackland, recebemos uma carta do Padre Gabriel Fernandez de Waco, que soube que Bernardo e eu estávamos ali e nos pedia que fôssemos a Waco para da, com ele, um Cursilho de Cristandade a um bom grupo de homens jovens que ele tinha em sua paróquia. Em Waco demos dos Cursilhos, um em maio e outro em junho de 1957. Depois fomos, Bernardo e eu, destinados a Mission, Texas, a outro curso de vôo. Ali estivemos com o Pe. Agostinho Petru, a quem explicamos os que era um Cursilho e os magníficos resultados resultados apostólicos que se conseguiam. Com ele demos três Cursilhos antes de ser de novo destinados para fora. Desta vez, fomos para Laredo, Texas. Ali, de novo, Bernardo e eu explicamos a realização de um Cursilho ao Pe. Vladimiro Morente, e com ele demos três Cursilhos de Cristandade. Finalmente fomos destinados de volta à Espanha, já finalizado o curso de vôo com toda normalidade.

Assim ficavam em Waco, Mission e Laredo os três primeiros grupos de Cursilhistas dos EUA, que com a ajuda do Espírito Santo encheram de Cursilhos de Cristandade o país. Hoje há ali um milhão de cursilhistas.

Convêm advertir, contudo, que não devem buscar-se entre os Cursilhos de Cristandade e a Renovação laços ou relações mais além da vinculação dos professores Ralph Martin e Steve Clark, que, na busca de “uma ação mais efetiva da vida cristã”, viveram o Cursilho de Cristandade e passaram à Renovação incipiente aportando, em um momento lógico de perplexidade ou dúvida enquanto as necessidades a adotar para consolidar a Renovação, sua experiência de organização e formação.

Logo se deram conta, tanto Ralph Martin quanto Steve Clark, que o que se pretendia com os Cursilhos de Cristandade era essencialmente um novo Pentecostes, como assim o comentava Eduardo Bonnin, um de seus fundadores, ao assegurar que a Cristandade, hoje como antes, era em sua essência o milagre de Pentecostes, uma efusão do Espírito Santo. Porque ainda muitos acreditavam no Pai e no Filha, a Palavra por quem tudo se revela, contudo não eram, nem são, homens e mulheres do Espírito Santo, experimentado a plenitude de seu amor, ao não ter podido ainda abrir seus olhos à chegada de Pentecostes.

Assim o experimentaram tambpem alguns universitários que tinha feio os Cursilhos de Cristandade, entre eles Patrick Bourgeois, que nos relata que durante o verão de 1965 em uma reunião de oração no quarto de Phil O’Mara em Notre Dame, tiveram uma experiência enriquecedora; houve quem falou em línguas, mas que ao desconhecer esta manifestação, não seguiram adiante. Patrick Bourgeois expressaria: “Estou seguro que que aquele foi um passo em minha caminho para o encontro em Chapel Hill na casa de Flo Dodge, no dia 20 de janeiro de 1967”(Ele tinha feito o Cursilho o verão anterior dirigido por Bill Storey e Ralph Keifer em Pittsburgh).
A relação Cursilhos-Renovação, está em que vários cursilhistas (entre eles Patrick Bourgeois, Kevin Ranaghan), estiveram entre os primeiros da Renovação nos EUA. A Renovação foi algo novo e surpreendente para eles. O estilo da Renovação está no louvor a Deus e a abertura às inspirações e Carismas do Espírito Santo.

Distintas valorações sobre os Cursilhos: Steve Clark, Ralph Martin e outros57

Steve Clark nos dá sua versão de seu primeiro contato como o Movimento de Cursilhos. Foi no México. Fez seu primeiro Cursilho em South Bend. Phil O’Mara fez o primeiro. Ralph Martin fez o segundo. Para a maioria dos estudantes que fizeram os Cursilhos nos primeiros anos em South Bend, sua assistência constituiu uma experiência de conversão. Poucos eram estudantes de teologia. Os estudantes pós-graduados provinham sobretudo dos departamentos de História, Filosofia e Física. Quando Renovação Carismática começou, muita gente do departamento de Teologia veio.

Neste ambiente, decidiram ter um retiro de fim de semana com os estudantes, no que pudessem incorporar elementos do Cursilho e alguns materiais que George Martin também tinha. Assim que este e Steve Clark prepararam o primeiro projeto. E este retiro deu-se o nome de Antioch Weekend, já que ao pedir ao Senhor que lhes desse um nome, e saiu Atos 11, 26, onde narra a fundação da Igreja de Antioquia... “onde os primeiros discípulos foram chamados cristãos”. Este retiro foi verdadeiramente notável. Desenvolvendo entre estudantes de psicologia e com um “coeficiente intelectual” bastante elevado, orgulhosos de si mesmos e professando certa classe de ceticismos, já que se acreditavam auto-suficientes... A estes estudantes, o Antioch Weekend proporcionou o modelo cristão, como resposta a “uma chamada que eliminando idéias prévias se centrasse só em seguir a Cristo e servir a Ele”. O Antioch WeekendI foi a pedra angular de um plano pastoral para restaurar o verdadeiro espírito cristão em um lugar são da vida universitária. Mas o plano nunca se cumpriu verdadeiramente.

Finaliza Steve Clark dizendo que o “Movimento de Cursilhos”, como ele o chama, foi um importante suporte para a Renovação Carismática. Esta carta pessoal conclui:

A notificação que fazes sobre o Cursilho é crítica, já que o mesmo não é mais tão conhecido e nem se desenvolvem tão bem atualmente. A difusão inicial e grande parte da estrutura orgânica na Renovação veio através dos Cursilhos. Num artigo da New Covenant, em 1973, tratou-se bem desta relação entre Cursilhos e Renovação.








49 O Texto que segue, com referências pessoais dos começos da Renovação, recolhe as idéias fundamentais da Revista editada pela Comunidade. The Word of GodAnn ArborMichigan “New Covenant”. São páginas correspondents ao número de fevereiro de 1973. Os parágrafos entre aspas correspondem a comunicações orais recebidas pela autora. Em alguns lugares se ampliaram essas comunicações com citações das obras desses mesmos autores. Por outro lado, o caráter deste trabalho exigiu ouvir diretamente os testemunhos dos que se sentiram envoltos nesta experiência. É muito difícil resumir páginas tão vivas que tanto afetaram a personalidade das testemunhas.
50 Ibid., Cf. R. MARTIN, Hungry for God, Doubleday & Co. Inc. New YorkUSA 1974, 38-43.
51 Muitos dos parágrafos entre aspas correspondem a comunicações orais recebidas pela autora. Em alguns lugares se ampliaram essas comunicações com citações das obras desses mesmos autores, v.g. Revista “Nw Covenant”.
52 Durante o “Congresso n the Holy Spirit and World Evangelization”, 26-29 julho de 1995, em Orlando (USA), ao que assitiu como participante, recolhi dados em várias entrevistas sobre os começos da Renovação. KEVIN RANAGHAN naquela ocasião comentei que: “Os Cursilhos de Cristandade foram a base da Renovação. Em 1963-1964 se realizaram Cursilhos em South Bend, Indiana. Kevin era professor na Universidade de Notre Dame, como Fr. CHARLES HARRAIS, C.S.C. e ali alguns professores e estudantes pertenciam a estes Cursilhos”. Em 1965-1966, RALPH MARTIN e STEVE CLARK foram os primeiros secretários dos Cursilhos. DAVE MANGAN assinalou: “Nunca estive nos Curilhos. Em 1966 me graduei em Matemática a Universidade de Duquesne, e comecei a dar aulas como professor de Matemática em 1967. Participei no Retiro de Duquesne. Estando só na capela ante o Santíssimo na tarde do dia 18 de fevereiro de 1967”. Sobre o Congresso Dorothy Ranaghan comentou: “Importante é recordar as graças do Senhor... voltar a nosso primeiro amor na Renovação que nos leva à conversão.É como a limpeza que se faz na primavera, o Espírito vem individualmente a cada um de nossos e ‘limpa e cura’ para que o amemos. O louvor – em línguas – é remédio para tudo. Nosso Deus é amor e seu fogo tem que abrasar-nos. Quem sabe nossa madeira ainda  esteja verde e por isso necessitamos conversão e desde aí nos virá essa relação de amor. Pensemos em nossa história: que fez o Senhor conosco? Mais ainda: O que Ele fará conosco a partir de agora?” FRANCIS MacNUTT, que havia recebido a Efusão do Espírito, sendo ainda domenicano, secularizou-se e depois se casou. Segue sendo membro da Igreja Católica e da Renovação. Escreveu vários livros, entre eles “Deliverance from Evil Spirits”. Nesta ocasião teve uma intervenção sobre “Possessão e libertação”. Sua esposa JUDITH, que o acompanhava, trabalha com ele.

53 S. GAYA RIERA, Consiliário da equipe iniciadora do Movimento dos Cursilhos e Vice-Consiliário do Secretariado Nacional de Cursilhos na Espanha, em conversação pessoal, seguida de um escrito, em maio de 1997, proporcionou-me estes dados que, a seu parecer, não figuram em nenhum livro.
54 S. GAYA RIERA, Reflexões para Cursilhistas de Cristandade, com Prólogo de Dom João Hervás, Bispo de Ciudad Real e Diretor do Secretariado Nacional de Cursilhos de Cristandade da Espanha. Euramérica, S.A. 1969. 3ª edcición 1974.
55 Ibid., 11-20.
57 S. CLARK, carta pessoal da data de 28 de janeiro de 1998. O artigo que menciona ao final (“New Covenant” de 1972), saiu à luz em fevereiro de 1973 e do que procede parte desta resenha e do que segue.

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