terça-feira, 31 de março de 2015

A RENOVAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO - A UNIVERSIDADE DE MICHIGAN - TERCEIRO GRANDE FOCO DA RCC

A RENOVAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO
Denise S. Blakebrough


Primeira Parte

ORIGENS HISTÓRICAS DA “RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA” (RENOVAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO).

Capítulo Sexto

UNIVERSIDADES DE MIGHIGAN,
TERCEIRO FOCO DA RENOVAÇÃO

Os Ranaghan continuam evocando, em seu livro63, recordações daqueles dias: “Depois da Semana Santa, pareceu-nos a todos que necessitávamos um retiro de fim de semana para reunir-nos com calma, orar e buscar a direção do Senhor enquanto onde deveríamos ir e que deveríamos fazer. Acreditávamos que viriam alguns dezenas de pessoas e fizem a reserva num Colégio Antigo, um velho edifício da Universidade de Notre Dame. Mas o Espírito Santo tinha outro plano.

Ao começar “os dias de Michigan” (como agora os chamamos) éramos uns quarenta estudantes, sacerdotes e preofessores de Notre Dame e de St. Mary, e outros quarenta da Universidade de Michigan State. Assim que o Colégio Antigo ficou pequeno, tivemos que utilizar salas e oficiar a Missa na gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Orávamos e comíamos juntos no gramado. Desde a tarde de sexta até o domingo, ao meio dia, vivemos em uma comunidade de oração buscando a vontade de Deus, contando nossas experiências, conversando desta vida recém achada, recebida do Espírito de Cristo. Um bom número dos de Michigan e de Notre Dame pediram que lhes impuséssemos as mãos para que o Espírito Santo se derramasse sobre eles. Portanto a experiência de Pentecostes já florecia nas Universidades de Duquesne e do Espírito Santo, de Notre Dame, de Michigan State, e começava já nas Universidades de Iowa e Holy Cross”.

De novo, com força e uma boa dose de humor, Kevin nos detalhou este episódio:

“Em nossa primeira conferência católica carismática da Renovação éramos 87 pessoas, entre elas três sacerdotes (hoje aqui há mais de 8.000) das Universidades de Notre Dame, Michigan, Ottawa e Ohio! Foi internacional... porque havia uma freira francófona do Canadá! Desde aquele fim de semana, a explosão tomou o país e, com o tempo, o mundo. Não tínhamos nem idéia da magnitude, o alcance, a grandeza da obra de Deus e os planos do Senhor com os quais havíamos nos deparado. Houve alguns sinais. Umas das primeiras profecias de nosso grupo de oração dizia: “fogo, fogo, fogo, que se estendia de leste a oeste e de norte a sul, por todo o mundo”. Dorothy recorda de ter pensado: “Meu Deus, essa profecia é um tanto pretenciosa, não?”. Agora se dá conta de que estávamos equivocados ao pensar que esta profecia era pretenciosa. Era impossível então, para nós, sendo tão poucos, tão insignifcantes, imaginar que o que nos estava passando se poderia estender por todo o mundo. (Devemos sublinhar o detalhe de que estávamos reunidos debaixo da mesma cúpula dourada de Notre Dame, que para muitos simboliza a pureza da doutrina). Mas, não era impossível para Deus!”64

Os dias de Michigan - Problemas65

“Nem tudo são vitórias. Os problemas também começaram. A magnitude e o aspecto semi-público daquele retiro trouxe-nos bastante notoriedade. Rumores de ‘fatos duvidosos’ correram pela universidade... rumores deformados: ‘se te tocassem, aprenderias a falar chinês...’. ‘Estavam querendo tornar todo mundo protestante...’. As revistas universitárias da semana seguinte comentavam: ‘Espiritualistas que se apropriam do dom de línguas em ritos exorcistas’. Algumas outras coisas foram ditas pela imprensa, do tipo ‘hipnotismo em massa’, ‘frustração sexual’, ‘LSD’.

Como resultado de toda esta publicidade, centenas de homes e mulheres iam às reuniões de oração nas sextas, durante várias semanas: umas, com o propósito de buscar o Batismo no Espírito Santo – algumas receberam e se alegraram; outras vinham por curiosidade; outras, ainda, para divertir-se ante o ‘espetáculo’. Chegaram jornalistas de distintos lugares; teve este ali Mary Papa, de El Reportero Nacional Católico, que fez uma boa interpretação dos fatos; ficaram tocados, mas nem todos coincidiam em suas valorações, e a tormenta ia aumentando”.

O Espírito Santo elimina obstáculos

Ao incrementar-se o número de pessoas, foram se formando pequenos grupos nas mesmas casas dos professores; mas, havendo três ou trinta pessoas, a mesma obra maravilhosa de transformação e de consagração se efetuava, uma e outra vez.

Finalizando o trimestre, o avivamento havia tocado a centenas de católicos em todo o país. Muitos voltaram para suas casas para passar as férias e o Espírito lhes impulsionava a pregar o Evangelho e a dar testemunho de Cristo em seus próprios lugares.

Nos cursos de verão de 1967, uns 3.000 estudantes se inscreveram na Universidade, tanto religosas como sacerdotes e leigos, procedentes de todas as partes do país, apresentando grande variedade de atitudes e posições, mais ou menos conflitivas, sobre o que se podia encontra na Igreja estadunidense depois do Concílio Vaticano II.

Ao ficarmos na cidade durante o verão, decidimos organizar um debate sobre os fatos reais de nossas experiências, não propagá-las, mas explicá-las bem aos recém chegados, respondendo suas perguntas de forma acadêmica, já que a imprensa católica havia estendido a notícia a muitos lugares e muitos dos novos assistentes desejavam saber a verdade sobre os fatos.

Entre os cinco compúnhamos a mesa, falando a um auditório de umas 300 pessoas, encontrava-se Bert Ghezzi, que dava testemunho dos inícios em Pittsburgh e Padre Edward O’Connor, C. S. C., quem, havendo observado e, logo, participado nas reuniões durante o semestre, apresentou-lhes um ponto de vista teológico. Houve também uma freira, curada de uma grave doença, que deu o seu testemunho. Depois Dorothy e Kevin Ranaghan deram o seu. Ao final de tudo, houve uma série de perguntas que originaram uma clara discussão sobre o assunto. Com isso, acreditaram ter cumprido sua tarefa de verão.

 Depois destes fatos, muitas pessoas expressaram seu desejo de assistir a uma reunião de oração, motivo pelo qual decidimos dividir em dois grupos de vinte, um na quarta e outro na sexta-feira. Ao chegar a primeira quarta-feira, encontramo-nos com 150 pessoas, entre sacerdotes, seminaristas, religiosas e leigos, reunidos para orar conosco. Assim, durante três semanas, 200 pessoas ou mais, aglomeradas em uma sala, orando ao pai para que nos aproximasse de seu Filho Jesus e nos désse a graça de receber ao Espírito Santo. Alguns buscavam receber o Batismo no Espírito Santo, outros não; mas, em geral, os vinham faziam face a uma nova experiência maravilhosa na oração ou um avivamento em seu interior, que estava frio”.

A Renovação se faz presente nas famílias Católicas

Renovação, ao estender-se, chegou às famílias. Perto de South Bend, a uns 150 kilômetros ao sul de Notre Dame, em Elwood, um povoado de Indiana, nasceu um crescente grupo de católicos carismáticos. Ocorreu que a Sra. Win Orth e uma amiga vieram a um de nossos encontros durante o verão. O Senhor tocou-as com Sua graça, e rapidamente dezenas de famílias católicas de Elwood receberam o Batismo no Espírito Santo com o efetivo exercício dos dons do Espírito.

Desde aquelas reuniões na Universidade durante o verão, o Espírito de Cristo movia agora a grupos de católicos em distintos lugares: em Dayton, Cincinnati, Cleveland, Ohio; em Kansas City, Missouri; em Portland, Oregón; em Denver, Colorado. Impõem-se uma referência àquela primeira profecia que se ia cumprindo de oriente a ocidente do país, entre universitários e em famílias; entre leigos, clérigos e freiras. O mistério de Cristo ressuscitado se fazia mais real, mais atual e poderosamente presente nas vidas de centenas de católicos.

Universidade de Ann Arbor (Michigan)

No outono de 1967, Steve Clark e Ralph Martin foram a Michigan State e, da comunidade carismática de Lasing, foram à Universidade de Michigan, em Ann Arbor. Lá, uniram-se a eles Gerry Rauch e  Jim Cavnar, que estavam entre os primeiros que receberam o Batismo no Espírito Santo em Notre Dame. Os quatro permanceram em Michigan, trabalhando no campus do Centro Newman, pregando a Palavra de Deus e edificando o Corpo de Cristo.

Mais adiante, localizamos a três monges Beneditinos em uma reunião em Illinois. Depois da reunião, oraram juntos pedindo a plenitude da vida do Espírito neles e em seu monastério. Posteriormente, em sua comunidade de 30 a 40 monges e irmãos, uns vinte tomavam parte em reuniões espontâneas e uns quinze, incluindo o Abade e outros superiores, receberam o Batismo no Espírito Santo, orando a Deus em línguas.

Esta experiência de avivamento (renovação), agora tão difundida, foi estendendo-se e – dizem os Ranaghan, que receberam notícias e cartas falando desta experiência tanto de pessoas, a título individual, como de grupos católicos de todo o país, desde a Flórida, Califórnia, Texas, Wisconsin, Massachusetts, mostrando-se assim que a obra silenciosa do Espírito Santo se estendia paulatinamente. As perguntas choviam, desejando saber onde se reunia este ou aquele grupo. Cada dia lhes chegavam mais confirmações de que, nos Estados Unidos e no Canadá, o Espírito Santo se derramava em profusão sobre muitos, com pouca ou nenhuma intervenção humana nem esforço organizado.

Universidades de Michigan State, Iowa State, St. Mary e outras

Davam-se conferências de vários dias, até de uma semana, para estudantes e professores de várias universidades católicas e estatais: em Boulder, Colorado; Vancouver, British Columbia... Uma destas conferências foi a que teve lugar em setembro de 1967, na Universidade de Notre Dame. Uma semana de oração e convivência em Cristo, de estudantes e professores das Universidades de Michigan State, de Michigan, de Duquesne, de Iowa State, de Notre Dame e de St. Mary, ale de homens e mulheres procedentes do centro do país. Das sessões de oração desta Assembléia nasceram os planos, as esperanças e a fé, para um apostolado universitário que estava causando impacto já em todo o país66.




63 K. & D. Ranaghan, Catholic Pentecostals (Pentecostais Católicos), Logos International, Paramus, N. J. USA 1969, 34-35.
64 K. RANAGHAN, Conference 30 Anniversary of the RenewalPittsburgh 27-29 de junho de 1997.
65 K. & D. RANAGHAN, Catholic Pentecostals (Pentecostais Católicos), “Crescimento em Notre Dame”, Logos International, Paramus, N. J. USA 1969, 35-37.
66 Ibíd., 38-40. Deve-se mencionar que o livro Pentecostais Católicos serviu de referência, em grande parte, para contar o que aconteceu na Universidade de Notre Dame e de sua extensão a distintos lugares dos EUA. Foi escrito em 1969, dos anos depois de iniciar-se a Renovação. Nele se assegura que já havia milhares de pessoas no Estados Unidos e centenas no Canadá que seguiam a Renovação.A RENOVAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO - A UNIVERSIDADE DE MICHIGAN - TERCEIRO GRANDE FOCO DA RCC

Nenhum comentário:

Postar um comentário